«Se há matéria, em Portugal que nos deve juntar a todos para termos um desígnio comum, uma estratégia comum e uma visão comum, é claramente o mar»

As palavras são de Carlos Carreiras na abertura da II conferencia do Jornal da Economia do Mar, e o Presidente da Câmara Municipal de Cascais  é peremptório; o mar é ‘esse ponto de reunião’ . Carlos Carreiras acredita que  ‘talvez sob os auspícios do Presidente da República, muito sensibilizado para o tema, e com a capacidade de estabelecer pontes  entre nós, seja possível ,de uma vez por todas, fazer do mar esse grande desígnio nacional.’

Como homem formado em números, nesta sessão de boas vindas, Carlos Carreiras, contou a história da sua aproximação ao mar. Apenas teve uma ideia. Pediu aos seus colaboradores da câmara para fazerem uma pequena análise das fronteiras de Cascais, mas a tarefa seria diferente do habitual. Teriam de ir mar dentro com o objetivo de calcular o território marítimo de Cascais , e tinham de imaginar uma linha de separação do concelho, com Oeiras e Sintra. O resultado, foi um território marítimo de Cascais , cem vezes maior no mar do que em terra.  Na tal lógica contabilística que advoga como sua , pensou que, se aproveitasse  ‘apenas 1% dessa área marítima, Cascais duplicaria a riqueza que gerava em terra’.

São factos que assentam no conhecimento e este Portugal detém , mas também nas evidências  que todos os dias nos chegam das academias, universidades, profissionais, da própria marinha, de investigadores, do pensamento , da estatística e que a sociedade consegue interpretar. Este ‘é o grande desafio nacional’ afirma Carlos Carreiras . ‘Se a política não responde às evidencias, às necessidades, não responde aquilo que cada um de nós sente que seria, de facto, o caminho, então ,nada melhor do que chamar a sociedade civil ‘ .

E o dia de debate em torno da economia do mar era um exemplo desse espírito de militância, referiu o Presidente da Câmara Municipal de Cascais. Para Carlos Carreira esta conferência é também um exemplo para gerar a capacidade de ‘influenciar aqueles que ainda não chegaram a um patamar de vontade para fazer acontecer aquilo, que pode ser para Portugal, o seu grande desígnio a curto, médio e a longo prazo. ‘

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