“A satisfação dos passageiros depende das interacções com a equipa a bordo”. É assim que Lena Drying, Directora Assistente da Norwegian Seafarers’ Union (NSU), apresenta o ecossistema empreendedor da indústria de cruzeiros em expansão, num artigo da Cruise Industry News (principal meio de comunicação da indústria de cruzeiros), que leva a um desafio, tanto da parte de quem recruta os marítimos, como da parte dos próprios marítimos.
É verdade que a NSU não acredita em grandes mudanças no que respeita as origens de futuros marítimos. No entanto, as solicitações para formar equipas podem depender do mercado, e, portanto, da rota que farão os cruzeiros, explica Lena Drying. E dá o exemplo do mercado chinês, que requererá, certamente, uma equipa de chineses a bordo.
Também o sexo dos marítimos é uma questão – a percentagem de mulheres a bordo ainda é baixa, especialmente em funções técnicas, no entanto, a Directora Assistente identifica este facto como paradoxal, uma que vez que “as mulheres que se formam nas escolas náuticas têm dificuldades em fazer horas de mar para manter as licenças, enquanto que as indústrias estão a batalhar na recruta para estas mesmas funções”.
Ainda esta Segunda-Feira, a Carnival Maritime, anunciou que está a estreitar a sua cooperação com a Women’s International Shipping &Trading Association (WISTA), organização internacional que apoio a colocação de mulheres no mundo do transporte marítimo cujo estatuto consultivo na IMO (International Maritime Organization) foi aprovado este mês, colocando Cindy Paarmann, Gestora de Recursos Humanos, como ponto de contacto na Associação.
A proporção de profissionais do sexo feminino no ramo é ainda irrelevante, 5,4%, sendo que Espanha, Finlândia, Malta e Alemanha são os países com as mais elevadas taxas de mulheres na indústria.
Do lado dos marítimos, o treino a bordo e a possível evolução a vários níveis é crucial para os manter, mantendo-os motivados, permitindo serem bem-sucedidos e com uma permanente atitude positiva perante a equipa.
Muitas companhias oferecem treino e formação necessária para que os marítimos possam candidatar-se e desempenhar novos cargos e ser promovidos internamente, demonstrando no entanto Lena Drying profundo desagrado pelas companhias que não o fazem, referindo que, dos feedbacks que lhe chegam, nas situações em que as chefias não seguem os preceitos mais adequado, os marítimos acabam por procurar, tão rápido quanto possível, outras oprtunidades.
“Nas nossas interacções com os marítimos, vemos que as companhias de cruzeiros que estão dispostas a investir em estratégias e departamentos de Recursos Humanos bem-sucedidos – tanto em terra como no navio – são as que têm mais sucesso e, aqueles para as quais os marítimos querem trabalhar”, conclui.
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