Na sequência do CONTEX-PHIBEX, o maior exercício naval organizado pela Marinha Portuguesa em 2019, o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Mendes Calado, em declarações à Lusa, assumiu a dificuldade de recrutar e reter recursos humanos na Marinha.
“A Marinha tem cerca de 11 mil colaboradores, das quais oito mil são militares, e aquilo que nos falta são cerca de mais 800 colaboradores, entre 600 a 800 colaboradores. Alguns militares, também alguns civis, porque o nosso quadro de pessoal civil está um pouco envelhecido e a precisar de ser renovado”, detalhou.
“A Marinha, e julgo que marinhas europeias em geral, estão num processo de grande dificuldade de recrutamento de jovens porque a vida na Marinha não é fácil. Nós vivemos num ambiente, como podem ver, que não é propriamente o ambiente natural para o homem”, prosseguiu admitindo que o afastamento das famílias, e de relações pessoais “não é simpático”, assim como a vida no mar em geral, com todas as suas exigências técnicas para operar navios é complexa.
Assim, defende que há que “criar condições de atratividade na instituição” que faça com as pessoas tenham vontade de escolher a Marinha como projecto de vida. Nomeadamente através do vencimento – “tentar que as pessoas sejam melhor pagas”. Apesar das alterações recentes a este respeito.
Desde que é comandante da Marinha, garante uma preocupação de “alinhar a matriz de interesses das pessoas em termos profissionais e em termos familiares”, dando “às pessoas previsibilidade da sua vida. Saber que vão poder ter férias num determinado período do ano e não termos esta utilização aleatória das pessoas como se elas não tivessem depois família em casa”, apontou.
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