Pergunta “pertinente” e “provocadora” na opinião de alguns intervenientes na sala, a das duas alunas que fizeram uma breve apresentação na sessão da Vida Marinha, no Encontro da Ciência 2019. Explicando posteriormente o problema que tem sido tão mediático: em 2050 haverá mais plástico do que peixe. Entre as demais personagens da sociedade – um presidente, um director, um surfista, ou um investigador – as alunas demonstram, por estereótipos, quem se preocupa com o mar. Isto é de facto um problema? O que se pode fazer? Há argumentos contra e a favor, mas na visão das jovens, não há dúvida de que se deve utilizar a imaginação para fazer utilizações criativas de materiais evitando o plástico. “Organizar recolhas de lixo na praia e “desplastificar” a vida passo a passo” é o caminho, explicam as alunas Mariana e Ana Margarida.
De seguida, a primeira convidada, Paula Sobral, do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, tomou a palavra para falar sobre os microplásticos. Começando por enquadrá-los (partículas que entram no ambiente com menos de 5 mm) através das mais variadas coisas como flocos de tinta que se libertam das embarcações, dos muros, e a tinta com que pintamos as entradas que também contribuem com plásticos. E estes plásticos podem não provocar a morte, mas deixam certamente sequelas nos animais marinhos, levando a atrasos na migração, dificuldades de reprodução, entre outros problemas.
Até que ponto são estes actos reversíveis? Quais são os desafios maiores? Na sua opinião há muito trabalho pela frente. Há que tentar perceber os nano-plásticos que temos no ambiente e perceber de onde vem o quê e de que forma afecta a cadeia alimentar.
“Temos 10 anos para tentar alterar o clima” principia o prof. Luís Pinheiro, da Comissão Oceanográfica Inter-governamental da UNESCO. Apesar da já “conhecida conversa”, como o próprio apontou, o oceano é fundamental e nós estamos a destrui-lo. Um único oceano. E é assim que a ele nos devemos referir pois “o que fazemos no nosso quintal vai parar a todo o lado”, explica.
E devemos olhar para os oceanos pensando também no que está no fundo. Que é um pouco o que a COI (Comissão Oceanográfica Intergovernamental), um organismo competente em Ciências do Mar governado por investigadores, está a idelizar. Entre o estudo do mar, a literacia dos oceanos, esta comissão ambiciona um mapa dos oceanos. Segundo afirma o professor, grande percentagem do nosso mar não tem dados de batimetria o que, para um país que quer aumentar a sua plataforma continental, é impensável. Para proteger, há que conhecer.
A sala também presenciou tópicos mais diferentes – drogas anti-cancerígenas (que servem para matar a célula do temor) que causam toxicidade em organismos marinhos. Como? Através dos dejectos cujas redes de limpeza não conseguem filtrar.
Também a NetTag, na voz de Marisa Almeida, se apresenta como solução: uma tecnologia para prevenir a perda de redes por parte do sector pesqueiro. A ideia é desenvolver a tecnologia de tal forma que os próprios pescadores possam ir buscar as suas redes. E fazer com que se sensibilizem, entre comunidade pesqueira, para o problema do lixo marinho.
A União Europeia propõe-se a liderar a economia azul – promovendo a utilização de recursos sustentáveis no qual a biotecnologia se encontra. Portugal está no bom caminho neste sentido, mas tudo isto levanta várias questões. Como podemos transformar a bioprospecção mais sistemática e como podemos atender às necessidades mais que directas da indústria? questiona Pedro Costa, do Departamento de Ciência da Vida, da Universidade Nova de Lisboa.
Pode terminar-se com a consciencialização que se fazia ouvir, se não em todas, em quase todas as intervenções. Nesse sentido pode comprovar-se: na ordem do dia está o recusar antes do reciclar. Ao contrário do que se pensa já é mais importante parar de consumir do que reciclar, embora sejam ambas acções cruciais.
Um comentário em ““Quantos peixes são precisos pescar para ter um peixe no prato?””
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Poes é falqa-se muito no plastico os grandes entereçes estam por traz disto tudo
porque rtazão não se volta ao cartucho e ao vidro eu sou do tempo em que o plastico era uma raridade,o capial fala mais alto