Contando com participações de equipas de 25 países, o concurso tem como objectivo o desenvolvimento de projectos tecnológicos inovadores de exploração e mapeamento de fundos marinhos, encontrando novas soluções para alguns dos problemas mais actuais nessa área cada vez mais crítica e decisiva.
Com a duração de três anos, o concurso entra agora na primeira fase de testes na qual os participantes são desafiados a demonstrar as capacidades e funcionamento das respectivas tecnologias, procedendo ao mapeamento de 20% de 500 km2 de uma determinada área pré-designada, com uma resolução mínima de 5 metros e identificação de, pelo menos, cinco características arqueológicas, biológicas ou geológicas, da mesma área, em 16 horas.
Como se sabe, o acesso e exploração dos fundos marinhos é um processo complexo, difícil, sujeito ainda a múltiplas limitações, não apenas tecnológico mas mesmo de âmbito físico e até económico, tendo sido assim o Shell Ocean Discovery XPrize pensado como uma competição que desafia as respectivas equipas a levar ao limite as suas tecnologias de exploração e estudo dos fundos marinhos, desenvolvendo novas soluções que permitam realizar efectivos avanços tecnológicos que permitam atingir novos patamares em termos de autonomia, profundidade e resolução de imagem das mais ignotas profundidades marinhas.
A abordagem da equipa portuguesa intitula-se PISCES – Cooperative Robots for Deep Ocean Exploration – e tem como base a combinação de diferentes plataformas robóticas marinhas para traçar uma solução eficaz e eficiente para a exploração do fundo do mar. Essas plataformas devem ser operadas em conjunto e incorporam uma navegação acústica e um sistema de mapeamento.
Uma das principais vantagens do sistema, segundo o próprio INESC TEC, é a sua escalabilidade, sendo que o problema da autonomia também se encontra ultrapassado com o desenvolvimento de novas tecnologias de alimentação energética.
O resultado deste concurso pode assim dar origem a importantes desenvolvimentos na área, alinhados desde logo com a estratégia que tem vindo a ser trabalhada pelo INESC TEC no que respeita a à exploração do mar profundo.
Liderada por Nuno Cruz, a equipa compete nesta fase com mais 20 grupos de investigadores, sendo que apenas seguem para a próxima e última etapa dez projectos.
Do INESC TEC participam vários colaboradores do CRAS – Centro de Robótica e Sistemas Autónomos, nomeadamente Alfredo Martins, André Dias, Andry Pinto, Aníbal Matos, António Silva, Bruno Ferreira, Carlos Gonçalves, Eduardo Silva, Hugo Ferreira, José Almeida, José Alves, José Melo, Nuno Abreu, Nuno Cruz, Rui Almeida e Vítor Pinto.
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