A Fundação Oceano Azul e a Fundação Calouste Gulbenkian assumiram o compromisso de investir, pelo menos, um milhão de euros nos três anos de implementação do programa internacional de aceleração de projectos e startups ligadas à bioeconomia azul, denominado «Blue Bio Value», ontem apresentado.
Desenvolvido por ambas as Fundações, em parceria com a Fábrica de Startups, a Bluebio Alliance e a Faber Ventures, o programa conta com o envolvimento de 13 starups e projectos de seis países (Portugal, Espanha, Holanda, India, Letónia e Noruega), seleccionados entre mais de 50 candidaturas.
Numa fase inicial, durante oito semanas, os 13 participantes irão validar tecnologia, adquirir competências de gestão, criando assim as bases para desenvolver “novos produtos e serviços economicamente viáveis e que forneçam um mercado global” e aceder a uma rede de mais de 40 mentores “nacionais e internacionais, parceiros especialistas no sector, clientes potenciais e investidores”, esclarecem os promotores.
Conforme explicam, “a bioeconomia azul terá um papel crucial na resposta a alguns dos maiores desafios que o mundo enfrenta hoje e como tal, a edição deste ano está focada na procura de soluções para quatro desafios principais”: como alimentar uma população crescente, as alterações climáticas e a redução de emissões de CO2, a escassez de recursos e redução/substituição de plásticos e ainda procurar soluções de bem-estar para uma população mais envelhecida.
As duas Fundações pretendem que o programa tire “partido da crescente emergência de Portugal como um local de eleição para atrair startups / empresas e empreendedores inovadores, como tem acontecido em particular nas áreas de IT e Web” e que contribua para Portugal se tornar num “pólo europeu relevante e inovador no desenvolvimento da mais moderna bioeconomia marinha, promovendo uma utilização mais sustentável do oceano”.
Lista das 13 empresas e projectos seleccionados (de acordo com dados fornecidos pelos promotores):
Bluemater SA, Porto, (Portugal) www.bluemater.com: Soluções sustentáveis e acessíveis para transformar efluentes poluídos em recursos hídricos seguros e de qualidade.
Endobios, Oeiras, (Portugal): R&D e consultoria, para descoberta de produtos naturais bioativos, provenientes de fungo marinho, com o objectivo de criar soluções para a indústria farmacêutica.
Futuralga (Espanha): Produtos de algas biodegradáveis para substituir o plástico.
Hoekmine (Holanda): Pigmento sustentável de bactérias para criar cores para uso em roupas, cosméticos e outras indústrias.
Lusalgae, Figueira da Foz (Portugal), www.lusalgae.pt: Cultura de algas marinhas e investigação de aplicações para vários sectores. Tem uma marca de cosméticos.
MadeinSea, Faro (Portugal): Aquacultura multitrófica integrada, incluindo algas, e transformação do polissacarídeo de algas do género Ulva para usos biotecnológicos.
Undersee, Coimbra (Portugal), www.matereo.com: Consultoria para projecto estrutural, dinâmica de fluidos e engenharia térmica. Desenvolveu um dispositivo e aplicação para recolher dados de qualidade da água em tempo real.
Penwavers, Peniche (Portugal), www.pen-wave.org: Produção de microalgas e fitoplâncton como alternativa para nutrição e outras utilizações.
SEAentia, Cantanhede (Portugal), www.seaentia.com: Produção sustentável em aquacultura de corvina num sistema de recirculação. Seguindo um conceito de economia circular, a empresa espera expandir a produção de algas, mexilhões e outras espécies.
Seagrass Tech Private Ltd. (India), www.seagrasstech.com: Desenvolveu uma plataforma de tecnologia escalável para produzir microalgas marinhas para um planeta saudável e sustentável.
Tilamur (Espanha), www.tilamur.com: Produção de alimentos em aquacultura e hidroponia 100% sustentável – Corvina e Seriola. Desenvolveu uma fórmula inovadora de ração para peixes baseada em algas e vegetais.
Vetik Ou Production (Letónia): Produção de um corante natural, a partir de algas marinhas vermelhas, para utilização nas indústrias alimentar e cosmética.
B’Zeos (Noruega), www.bzeos.com: Produção de palhinhas 100% sustentáveis e orgânicas, de origem vegetal, com desperdício zero, comestíveis e sem açúcar (palhinhas ZEOS), como alternativa às palhinhas de plástico.
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