Apesar de não reconhecer a jurisdição do Tribunal Arbitral de Haia para decidir sobre os direitos respeitantes ao mar do Sul da China, Pequim afirma haver um crescente número de nações a apoiarem as suas pretensões.

Embora Pequim não reconheça a jurisdição do Tribunal Arbitral de Haia para decidir sobre os direitos em disputa respeitantes ao Mar do Sul da China e advogar negociações bilaterais, Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrageiros, veio agora afirmar a existência de pelo menos 47 nações a apoiarem as pretensões chinesas nessa controversa área.

Embora não se conheçam as nações a que Hua Chunying se referia, afigura-se que os apoios mais recentes tenham vindo do Zimbabwe e do Sri Lanka, para o Centro de Estratégia e Estudos Internacionais de Washington, até agora só oito nações manifestaram público apoio a Pequim na questão, muitas das quais nações sem acesso ao mar, como o Níger e Afeganistão.

Todavia, como também defende Hua Chunying, mais importante do que o número de nações a apoiarem as pretensões de Pequim, é a compreensão da história do Mar do Sul da China e as posições justas de Pequim.

Pequim, reclama, como se sabe, entre 80% a 90% de toda a área do mar do Sul da China, o que é contestado por outras nações na área, como o Brunei, Formosa, Malásia, Vietname e, naturalmente, as Filipinas que colocou a questão o arbítrio de Haia.

Entretanto, num documento publicado Quarta-feira passada e que terá ainda de ser aprovado pêlos Governos da União Europeia, a Comissão Europeia, sem nomear Pequim, voltou a defender a liberdade de navegação no Mar do Sul da China, adiantando ainda opor-se a todas as acções unilaterais que possam alterar o actual status quo e levar a um crescendo de tensão na zona.

No documento a Comissão afirma-se neutral em relação às disputas no Mar do Sul da China entre Pequim e as outras nações da região, como referido, não segundo, nesse particular, as insistências de Washington para que Bruxelas se pronuncie claramente contra as pretensões de Pequim.

Pequim, para além de não reconhecer autoridade jurídica ao Tribunal Arbitral de Haia, também já fez saber que o mesmo não tem igualmente qualquer capacidade de fazer prevalecer qualquer decisão sua na região.

 



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