A China terá conseguido produzir de forma contínua combustível, segundo notícia da agência Xinhua, a partir de hidratos de metano extraídos no Mar do Sul da China, a Sudeste de Hong Kong.

De acordo com a notícia, a operação terá ocorrido Terça-feira passada, a partir de uma plataforma marítima situada a Sudeste de Hong Kong, conseguindo-se produzir combustível em contínuo a partir da extracção de hidratos de metano extraídos directamente do solo marinho.Não são conhecidos, até ao momento, mais pormenores sobre a experiência realizada mas, como se sabe e o Ministro do território e Recursos Naturais do Governo Chinês não deixou de acentuar, este pode ser um primeiro passo para uma revolução na produção e fornecimento de energia.

Como também se sabe, os hidratos de metano, passíveis de serem encontrados no solo marinho na forma de pequenos pedaços de gelo, dispõem de capacidades energéticas extraordinárias, podendo um metro cúbico de hidrato de metano corresponder à libertação de cerca de 164 metros cúbicos de metano ou gás natural.

Apesar de conhecidas as suas virtualidades energéticas, o problema tem sido encontrar uma solução técnica capaz de controlar em absoluto o ciclo desde a fase da respectiva extracção até ao aproveitamento da respectiva libertação de gás, dada também a sua extraordinária volatilidade a baixa pressão.

Sabe-se que existem hidratos de metano, pelo menos, ao Largo do Algarve mas, até agora, o único campo conhecido de produção o de Messoyaka, na Árctico Russo, sabendo do interesse no desenvolvimento da mesma tecnologia por nações como o Japão, com projectos eventualmente mais avançados, bem assim como Estados Unidos e Índia.

As reservas mundiais de hidratos de metano encontram-se estimadas na casa dos 280 a 2 800 triliões de metros cúbicos, o que significa também a possibilidade de virem a satisfazer a procura energética mundial entre 80 a 800 anos.

 



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