Face a casos de crédito mal parado no transporte marítimo, os Bancos europeus estão a conceder menos empréstimos ao sector, deixando um vazio que os Bancos chineses se preparam para preencher
Bancos

Os Bancos chineses podem estar em vias de substituir os Bancos europeus na concessão de empréstimos ao transporte marítimo, refere o World Maritime News. Segundo o jornal, na Europa, os Bancos estão a afastar-se do sector após exposição a empréstimos não honrados pelos beneficiários. Uma realidade particularmente acentuada na Alemanha, onde os Bancos foram severamente afectados por devedores incumpridores neste sector.

O jornal cita a propósito Joep Gorgels, do ABN AMRO Bank, que afirmou que “os Bancos chineses estão cada vez mais a realizar transacções à escala global, o que se tem tornado uma tendência”, acrescentando que “quando alguém deixa o palco, existe um vazio, e em breve ele será preenchido por Bancos diferentes”.

Por outro lado, Bill Guo, do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), igualmente citado pelo jornal, considera que como muitos navios são construídos na China, tem havido muita procura de financiamento para essa actividade junto dos Bancos por parte dos estaleiros, designadamente estaleiros chineses, equipados para construir de grade porte, como os que foram recentemente encomendados pela CMA CGM.

O mesmo responsável reconhece que quer os Bancos chineses de exportação e importação, quer as companhias de leasing locais têm demonstrado interesse em financiar tais projectos, cujo retorno consideram estável e de risco reduzido.

Segundo o jornal, o próprio ICBC tem 80% do seu negócio proveniente de fora da China, sendo que a maioria desses clientes são da Europa, onde o financiamento ao transporte marítimo está cada vez mais restrito e ameaçado pela pressão dos reguladores.

A grande vantagem dos Bancos credores chineses é que disponibilizam capital mais barato e com maior flexibilidade do que os seus concorrentes europeus ou americanos, o que é muito apreciado pela indústria do sector, refere o jornal.



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