A aplicação de azoxistrobina, um fungicida agrícola muito utilizado em todo o mundo, comporta risco para os organismos aquáticos, revela uma investigação coordenada por Elsa Teresa Rodrigues, do Centro de Ecologia Funcional da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).
A investigação foi realizada entre 2011 e 2016 no âmbito da tese de doutoramento da sua coordenadora e contou com o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que financiou a bolsa de doutoramento da investigadora. Contou ainda com a colaboração do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra, das Universidades de Aveiro e do Algarve e do Instituto da Água da Região do Norte (IAREN).
Ao desenvolver esta investigação, Elsa Teresa Rodrigues respondeu a uma lacuna identificada pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (European Food Safety Authority, ou EFSA), que alertou a comunidade científica para a carência de dados sobre o impacto da azoxistrobina nos ecossistemas aquáticos.
De acordo com a coordenadora da investigação, “o conhecimento agora obtido é um contributo importante para a próxima revisão da EFSA, que acontecerá em 2021, auxiliando a decidir se este fungicida deve ou não continuar a ser comercializado”. A revisão a que se refere a investigadora é a revisão do risco ambiental deste fungicida.
Segundo a Universidade de Coimbra, “este projecto deu ainda um importante contributo para o desenvolvimento de ensaios ecotoxicológicos alternativos ao uso de peixes (organismos vertebrados) em laboratório”, na medida em que “desenvolveu um trabalho de revisão sobre a utilização do invertebrado Carcinus maenas como modelo experimental credível e identificou a linha celular e o ensaio laboratorial mais adequados para substituir os tradicionais ensaios letais com peixes, para o fungicida estudado”.
Entretanto, o estudo “foi recentemente distinguido com uma menção honrosa na primeira edição do Prémio de Doutoramento em Ecologia – Fundação Amadeu Dias, promovido pela SPECO – Sociedade Portuguesa de Ecologia”, informou a Universidade de Coimbra.
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