Quem o diz é Paulo Ferrão, presidente da FCT, numa entrevista à Exame Informática, na qual considerou que este projecto deve reunir vários países no estudo do mar, clima e atmosfera.
AIR Center

Embora possa contribuir para favorecer as pretensões portuguesas relativamente à extensão da plataforma continental, que começará a ser discutida este Verão nas Nações Unidas, o projecto do Azores International Research Center (AIR Center) não tem esse como principal objectivo, segundo referiu Paulo Ferrão, presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) à Exame Informática no passado dia 27 de Maio.

Para Paulo Ferrão, “o AIR Center tem por objectivo promover a capacidade científica nacional e, não tenho medo de o dizer, o protagonismo Atlântico de Portugal”. É algo que “podemos fazer”, referiu aquele responsável, acrescentando que “temos muito bons cientistas na área dos oceanos, da atmosfera, do clima, da energia…trata-se de pôr estes cientistas a trabalhar juntos”.

“E trata-se também de promover o esforço que estamos a fazer na área do Espaço, nomeadamente na captação de imagens, e pô-lo ao serviço deste projecto (AIR Center)”, referiu, adiantando ainda que “não é possível fazer investigação numa dimensão tão grande, como é a do Atlântico, sem recorrer ao Espaço e satélites…não é possível andar com um navio para a frente e para trás, porque terá custos incomportáveis”.

E recordou que “teremos que ter um navio oceanográfico, mas para calibrar os modelos criados com informação captada por satélite”, notando que “para cobrir aquela área toda, terá que ser assim”.

Questionado sobre o reforço de Portugal na Agência Espacial Europeia (ESA, da sigla em inglês) em 100 milhões de euros, Paulo Ferrão esclareceu que se trata de um valor a cinco anos. E notou que “agora estamos a investir para que se possa fazer o mesmo para lá do território nacional” e que “queremos ser protagonistas de uma iniciativa para todo o Atlântico”.

Sobre este ponto, afirmou também que “o AIR Center pretende funcionar como um grupo de nações que se juntam para criar uma instituição inter-governamental e que usa os recursos de cada nação, que podem ser vários satélites ou infra-estruturas de recolha de dados, para dar um uso que seja relevante para as nações”.

Paul Ferrão recordou que em Abril estiveram reunidos representantes de 28 países Atlânticos que manifestaram interesse em participar. “Já existem muitos consórcios europeus para estudar a atmosfera ou mar; o que não existe muito é este esforço de ligar o estudo do maro com o da atmosfera e do clima”, acrescentando que “é isto que o AIR Center quer fazer”.

 



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