Arrancou recentemente o projecto Kraken, para desenvolvimento e construção de um braço robótico destinado a operações de manutenção de dispositivos no mar, e que terá a duração de 30 meses, com fim previsto para Dezembro de 2019. O projecto envolve as fases de desenho e concepção, construção e avalização e conhecerá testes até à profundidade de 10 a 15 metros, embora tenha como objectivo tornar o dispositivo operacional a maiores profundidades, acoplado a ROVs (remoted operated vehicles).
O projecto é promovido pela WavEC Offshore Renewables, Instituto Superior Técnico (IST), Instituto Universitario de Sistemas Inteligentes y Aplicaciones Numéricas en IngenieríaI (SIANI), de Espanha, e a CADFEM, da Irlanda. Financiado no âmbito do OCEANERANET (Ocean Energy European Research Area Network), foi contemplado com 350 mil euros, dos quais 250 mil cabem à WavEC (coordenadora do projecto) e ao IST, provenientes da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), 70 mil ao SIANI e o restante à CADFEM.
Segundo a WavEC, este projecto visa “colmatar a lacuna existente nas ferramentas de ROVs” focando-o “para as necessidades do sector das energias oceânicas com o objectivo de reduzir os elevados custos de OPEX associados” aos serviços periódicos de Inspecção, Reparação e Manutenção (IRM) subaquático. Para a WavEC, cada vez mais “as tecnologias de energias oceânicas estão a passar, de uma forma sustentável, de modelos à escala em ambiente de laboratório para protótipos à escala real e redes de conversores”.
Se é certo que as soluções de IRM existentes recorrem a ROVs de classe WorkClass e/ou a mergulhadores, também o parece ser, segundo a WavEC, que tais soluções não oferecem custos suficientemente baixos nem a elevada precisão necessária para muitas dessas operações, como soldadura submarina, inspecção de soldadura, remoção de vegetação, pintura, operação de válvulas, substituição de ânodos sacrificiais, ligação de fichas submarinas, entre outras.
Motivo pelo qual “os mergulhadores profissionais ainda são utilizados pela indústria, apesar da alta taxa de mortalidade”, recorda a WavEC, acrescentando que “a falta de ferramentas especialmente desenhadas para as tecnologias de energias oceânicas”, leva a indústria “a utilizar soluções normalmente utilizadas na indústria do Petróleo e Gás, que estão associadas a um custo elevado”.
Nesse sentido, o desenvolvimento de um sistema de manutenção aplicável em qualquer ROV de classe inspecção/geral e capaz de realizar todos os serviços actualmente executados por mergulhadores e ROVs Workclass, pode diminuir a logística necessária e os “custos operacionais envolvidos nos serviços IRM subaquáticos em 50%”, refere a WavEC.
O Kraken tem a vantagem de incorporar “tecnologias validadas de tele-manipulação, testadas em ambiente cirúrgico, para o ambiente submarino”, visando “melhorar o nível de desempenho das operações de IRM offshore, evitando completamente o risco humano de utilizar mergulhadores e reduzindo significativamente os custos”, substituindo ROVs Workclass por ROVs de inspecção operáveis “a partir de embarcações de menores dimensões, com uma fracção do custo”, explica a WavEC.
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