A União Europeia das Geociências (EGU, sigla em inglês) distinguiu o cientista português João Duarte, investigador no Instituto Dom Luiz (IDL) e no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, com o prémio Arne Richter pelo seu trabalho em geologia marinha e tectónica, bem como pela sua actividade de divulgação científica.
Trata-se de um galardão que distingue actividade científica de excepção desenvolvida por investigadores em início de carreira e foi pela primeira vez atribuído a um português, Alberto Borges, em 2004. Desde então, foi atribuído a mais 45 cientistas. Quanto a João Duarte, receberá o seu prémio em Abril do próximo ano, em Viena, durante a assembleia geral da EGU.
Em declarações ao canal YouTube e multimédia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, João Duarte reconheceu que o prémio foi uma surpresa e que muitos colegas seus poderiam recebê-lo. Em todo o caso, admitiu que “apesar de ser um prémio pessoal, é dado a uma equipa multidisciplinar e internacional” e que “a equipa ficou feliz, porque também é o trabalho deles, eu sou apenas o jovem cientista”.
Sobre o seu trabalho em particular, esclareceu que o seu papel é “a ligação entre a recolha e interpretação de dados e a modelação em laboratório, como a realização de pequenas maquetas, e a modelação numérica”. A esse propósito, afirmou que a “Faculdade de Ciências e o Instituto Dom Luiz já têm capacidade para fazer modelação numérica muito avançada” e que estamos “num momento histórico em que começamos a ter capacidade computacional que permite isto”.
Aos jovens cientistas, como ele próprio, deixou a mensagem de que “não devem abandonar o seu caminho por não verem o reconhecimento imediato do seu trabalho” e de que, neste contexto, “em Portugal, faz-se trabalho de muita qualidade”, que deve ser divulgado no exterior.
João Duarte licenciou-se em 2005 em Geologia e Recursos Naturais pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Completou o Mestrado em Cartografia Geológica em 2007 na Universidade de Évora, tendo regressado à Universidade de Lisboa, onde se doutorou em 2012. Posteriormente, foi para a Universidade de Monash, em Melbourne, na Austrália, onde fez um Pós-Doutoramento. Em 2015, conquistou um Discovery Early Career Research Award do Australian Research Council.
A EGU existe desde 2002, resultante da fusão da Sociedade Europeia de Geofísica com a União de Geociências da Europa e tem sede em Munique, na Alemanha. É uma união internacional de mais de 12.500 cientistas, sem fins lucrativos, e está aberta a indivíduos jovens ou séniores profissionalmente empenhados ou relacionados com estudos em geociências e ciências planetárias e terrestres.
- Tiago Pitta e Cunha distinguido com Prémio Pessoa 2021
- Em salvaguarda e valorização do nosso património marítimo
- Virgílio de Carvalho – Cumprir Agora Portugal
- O Mar, a Liga Naval e quanto em Portugal nunca muda…
- O Técnico e as novas gerações de inovação na construção naval
- O paradoxo do talento individual e do fracasso institucional
- CIIMAR: um Centro de Investigação de vanguarda na área da Biologia Marinha
- Mestrado da Nova em Direito e Economia do Mar atinge de novo 4º Lugar à escala mundial