Esta análise resulta da mais recente edição do Índice para a Transição Energética do Fórum Económico Mundial, assente em 40 indicadores dos sectores energéticos de 115 países
MAR MOTTO

A Suécia está em primeiro lugar entre os 10 países mais preparados para a transição energética, segundo a mais recente edição do Índice para a Transição Energética (ETI, em inglês) do Fórum Económico Mundial (FME), que compara 40 indicadores dos sectores energéticos de 115 países e a sua capacidade para a transição. Seguem-se a Suíça, a Noruega, a Finlândia, a Dinamarca, a Áustria, o Reino Unido, a França, a Holanda e a Islândia.

De acordo com o relatório do FME, o ritmo para a transição energética abrandou à escala global e é o mais baixo dos últimos cinco anos. Três anos depois da assinatura do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, esta conclusão sugere um importante elemento de reflexão sobre a evolução dos compromissos então assumidos e aos esforços prosseguidos para melhorar o comportamento das comunidades face ao ambiente.

Uma das conclusões do relatório foi a de que apesar do seu elevado grau de preparação para a transição energética, as economias mais avançadas ainda enfrentam o desafio do equilíbrio entre o crescimento económico e a sustentabilidade ambiental. A taxa de declínio da intensidade média energética abrandou em 2017, sem melhorias significativas na intensidade média do carbono no fornecimento de energia e nas emissões per capita de carbono.

O relatório refere também que na Ásia, o forte crescimento económico, a urbanização e a melhoria dos padrões de vida são importantes factores indutores da procura energética. E aí, o carvão mantém uma quota importante do mix energético. No Médio Oriente e em África, o documento concluiu que a transição energética implica uma transformação estrutural para que o PIB não assente tanto na exportação de combustíveis fósseis.

Na África sub-saariana, além dos grandes desequilíbrios no acesso universal a electricidade e a combustíveis saudáveis para preparação das refeições, a acessibilidade e a fiabilidade do abastecimento energético permanecem desafios importantes. E só alterações no caminho da estabilidade política e da governação eficaz poderão atrair o investimento necessário para modernizar e expandir a capacidade tecnológica da região e assim colher os benefícios da riqueza natural da região.

O relatório concluiu igualmente que as Caraíbas e a América Latina registam os níveis mais elevados de sustentabilidade ambiental devido a uma larga capacidade hidroeléctrica e ao rápido ritmo de adopção de energias renováveis para produção de electricidade.

 



Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill