A situação no Mediterrâneo está a agravar-se com o aumento do número de embarcações de migrantes a tentarem a travessia para a Europa.

A melhoria das condições meteorológicas e do estado do mar no Mediterrâneo a partir desta época do ano, está já a levar a um aumento de embarcações sem condições na tentativa de chegar à Europa de novos milhares de migrantes do Continente Africano, aumentando assim também o número de desastres graves a verificarem-se diariamente nas suas águas.

No mais recente caso, não obstante o resgate de mais de 500 migrantes quando a embarcação em que seguiam se virou em pleno alto-mar, há a contabilizar, pelo menos, a morte de cinco pessoas que não tiveram a sorte de se conseguirem salvar, bem assim como mais 20 ou 30 que terão perecido, embora os números ainda não sejam oficiais, quando a embarcação naufragou com cerca de 800 pessoas a bordo.

Só na Terça-feira, a Marinha Italiana procedeu ao socorro de mais 900 migrantes em sete diferentes operações de resgate, calculando-se que, apenas e tão só desde Segunda-feira, sejam já mais de 7 000 migrantes que lograram proceder à travessia do Mediterrâneo até Itália, o que significa também um total na ordem das 40 000 desde o início do ano.

Numa outra situação, um navio da Organização Não Governamental, Sea-Watch, procedeu igualmente ao resgate de cerca de 115 migrantes, havendo a contabilizar também mais um cadáver, sendo a maioria dos mesmos provenientes da Síria e do Iraque que, para evitarem a extradição para Turquia, estão a usar a agora a rota do Norte de África.

Ainda na Quarta-feira, um navio Norueguês, o Siem-Pilot, recebeu igualmente 1 017 migrantes a bordo, transferidos de um cargueiro italiano que os tinha recolhido já ao largo da Costa da Líbia quando pretendiam proceder à travessia do mediterrâneo em botes de borracha, inadequados, naturalmente, para tal travessia, ainda por cima numa situação de sobrelotação e destinados, nessa circunstância, a mais um inevitável naufrágio.



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