O sindicato marítimo Nautilus International, que representa mais de 22 mil profissionais marítimos no Reino Unido, Holanda e Suíça, alertou o Governo britânico para a exploração laboral que se vive no sector, em particular entre os profissionais que trabalham em navios de pavilhão não britânico mas em águas britânicas.
Segundo o sindicato, tais profissionais recebem uma retribuição mínima ou não a recebem de todo e estão sujeitos a condições de trabalho degradantes, conforme resulta de um relatório da National Crime Agency (NCA), uma organização britânica que combate o crime organizado, designadamente a pirataria informática, a escravatura e a imigração ilegal, de acordo com a qual existem 13 mil vítimas de escravatura no Reino Unido.
De acordo com Mark Dickinson, secretário-geral da Nautilus International, o Governo britânico foi instado a “afirmar os seus compromissos face à escravatura moderna na indústria marítima”. O mesmo responsável considera que existe uma atitude distante relativamente a alguns segmentos desta indústria, nos quais “os marítimos são explorados”, mas “isso não constitui surpresa para aqueles que trabalham neste sector”.
Recentemente, o sindicato destacou as más condições de marítimos a bordo de um navio turco retido no porto de Runcorn, no Reino Unido. Segundo notícias vindas a público, a tripulação recebia salários muito baixos (cerca de 0,85 dólares/hora, equivalente a 0,71 euros/hora), esteve exposta a uma praga de baratas, não tece acesso a peixe fresco e era credora de 74 mil dólares (62.600 euros) de pagamentos e atraso.
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