Os associados do Sindicato dos Estivadores e da Actividade Logística (SEAL) no porto de Setúbal decidiram ontem, “em Plenário de trabalhadores, conceder uma moratória de 30 dias, até ao próximo dia 25 de Abril, para conclusão do processo de negociação do CCT (Contrato Colectivo de Trabalho)”, cujas negociações estão em curso e já se traduziram em 100 dias de diálogo e 11 reuniões, segundo nota ontem divulgada à imprensa pelo SEAL.
Na mesma nota, o SEAL acusa as associações patronais envolvidas nas negociações de má-fé negocial, traduzida na apresentação, por parte dessas associações, “de uma proposta salarial bastante inferior a outra apresentada pelas mesmas Associações em Julho do ano transacto, ainda mais distante da posição sindical”. E refere que a confiança do sindicato nas associações patronais “tem esbarrado na falta de regras operacionais que algumas empresas têm desenvolvido, no terreno, a fim de manterem uma grande parte destes trabalhadores reféns de práticas contratuais do século passado”.
O SEAL manifesta também a sua surpresa com a “publicação em BTE do registo de constituição de uma nova organização sindical – o sindicato 265, código telefónico da região – para representar estivadores no porto de Setúbal”, alegadamente “constituído por 8 dos 10 trabalhadores que durante o processo de luta dos seus companheiros de profissão os abandonaram, assinando contratos individuais com a OPERESTIVA/YILPORT”.
O sindicato constata a “participação de um elemento do gabinete jurídico da YILPORT – a Dr.ª Carlota Figueiredo – na certificação da documentação diversa que acompanha o pedido de publicação do registo de constituição do Sindicato 265”, o que, na sua opinião, “confirma o envolvimento, ao mais alto nível, de responsáveis da YILPORT neste processo sociopata de criação e aproveitamento de vítimas fragilizadas, disponíveis para assinar qualquer papel que lhes coloquem à frente, seja um contrato de trabalho sem termo, sejam os estatutos de um sindicato”.
O nosso jornal contactou a Yilport Iberia, próxima das associações patronais que negoceiam com o SEAL, mas não obtivemos qualquer comentário a estas declarações.
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