As seguradoras marítimas congratulam-se com a diminuição de perdas mas alertam para a falta de rentabilidade dos prémios e o impacto decorrente da alteração dos perfis de risco
Vladimir Yemelyanov

Apesar do crescimento da frota global de navios em 2018, o número de perdas totais de navios foi o mais baixo dos últimos 20 anos, revelou a União Internacional de Seguros Marítimos (International Union of Marine Insurance, ou IUMI), que representa as seguradoras marítimas. A diminuição de incidentes de perda total (21 casos em 2018) confirma uma tendência que ocorre desde 2010 e verificou-se em todas as classes de navios, refere a IUMI.

De acordo com Rama Chandran, da IUMI, as estatísticas mostram que as perdas totais entre os navios mais novos, com menos de 15 anos, são “dramaticamente mais baixas” no período 2014-2018 face ao período 2009-2013. As seguradoras congratulam-se com o melhoramento geral da segurança no sector, mas reconhece que o aumento de dimensão, escala e complexidade dos novos navios tem efeitos nos actuais perfis de risco.

Esse impacto deverá aumentar o risco de reclamações maiores, mais complexas e dispendiosas, porventura em todos os segmentos dos seguros marítimos em 2019. E poderemos assistir também a mais reclamações relacionadas com maquinaria decorrentes das novas regras sobre limitação do teor de enxofre nos combustíveis marítimos, refere Rama Chandra.

Outra revelação da IUMI foi a de que os seguros de carga marítima não têm sido lucrativos desde há anos, embora historicamente tenham sido uma das mais rentáveis áreas de negócio deste sector. A IUMI considerou que apesar de existirem variações regionais nos prémios, globalmente, eles não são tecnicamente adequados para cobrir as perdas e as despesas, o que gera grande preocupação entre as seguradoras.



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