A intenção de Pequim em colocar submarinos armados com mísseis balísticos no Pacífico pode levar a uma nova escalada de armamento.

A intenção de Pequim em enviar submarinos armados com mísseis balísticos no Pacífico com o argumento de o novo Sistema de Armas Norte-Americano ter enfraquecido tão significativamente o seu Sistema de dissuasão que não permite outra alternativa, pode conduzir, segundo alguns analistas, a uma nova escalada de armamento.

Os militares chineses não dizem quando é que tais submarinos irão ser colocados no Pacífico mas não deixam não porém de referir essa passo ser, nestas circunstâncias, inevitável, apontando algumas fontes para que o mesmo seja dado ainda durante 2016.

O ponto crítico afigura-se ser os planos revelados em Março de instalação do Sistema Anti-Balístico de Intercepção Thaad e o desenvolvimento de mísseis hipersónicos com capacidade potencial de atingirem o território chinês em menos de uma hora após o seu lançamento, o que coloca uma ameaça séria aos seus sistemas de sistemas de dissuasão actuais, segundo o Governo de Pequim

Como se sabe, a China tem vindo a desenvolver submarinos com capacidade de lançamento de mísseis balísticos ao longo das últimas três décadas mas, devido a falhas técnicas, rivalidades internas e decisão política, até hoje, esses sistemas ficaram sempre de parte, preferindo seguir uma estratégia cautelosa de afirmação de nunca ser a primeira nação a lançar qualquer ataque nuclear e mantendo sempre as ogivas nucleares e os respectivos mísseis, em separado e sob estrita vigilância política ao mais alto nível, não deixando assim recente decisão de ter as mais vastas repercussões.

Nesse enquadramento, talvez importe recordar também que a base dos submarinos nucleares balístico chineses se encontra no Mar do Sul da China e que o mais recente incidente, como aqui relatado, com um avião norte-americano e reconhecimento e dois caças chineses, não será inteiramente alheio a esse facto.

Por outro lado, a decisão de colocação do Sistema Anti-Balístico na Coreia do Sul foi tomada na sequência do quarto teste nuclear realizado pela Coreia do Norte, tendo como primordial missão interceptar assim qualquer potencial lançamento de um míssil de ataque mas Pequim, como referido, sustenta que a sua acção se estende muito além disso, alcançando e afectando o próprio território chinês, tendo Seoul recebido mesmo o aviso de que as relações entre ambas as nações serão gravemente afectadas caso não desista entretanto de tal projecto.



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