Afinal, também para António Costa Silva o Mar conta pouco, não merecendo específica referência sequer em nenhum dos seus mais famosos «10 Eixos Estratégicos» da sua «Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal». Inesperado, no mínimo…


10 comentários em “O Plano Costa Silva e o Mar”

  1. Manuel Vaz da Silva diz:

    Conheci ACS numa conferência sobre o nosso Mar e percebi que estava perante um excelente pensador.
    Li e tenho sobre a mesa o seu trabalho para o Portugal 20/30: percebo que ele não pode escrever tudo o que pensava.
    Apreciei bastante os trechos que apresentou de imediato quando foi conhecida a sua indigitação.
    Percebi logo na altura que o seu trabalho iria ser torpedeado: como se atrevia um paisano afrontar a mediocridade política que tomou conta de Portugal nestes, pelo menos, últimos 20 anos?
    Portugal têm condições para ser um país desenvolvido da Europa e ser um factor crítico de sucesso para a mesma Europa.
    Mas Portugal tem um gap nas suas infra-estrutras acumulado ao longo de muitas décadas, séculos.
    Participei terça feira numa conferência sobre o Mar ( mais propriamente sobre logística e outras disciplinas para melhorar a nossa eficiência).
    Estava subjacente o Porto de Roterdão e o Porto de Leixões: tecnologicamente ( IT) estamos muito perto.
    Mas o que surpreende é o seu extraordinário crescimento desde o século XV: está esgotado..
    Sines ( e os outros nossos portos) situa dos nesta extrema do continente europeu, mas no centro do mundo ocidental, podem ter um papel importante para a Europa no seu conjunto.
    Mas temos um sistema ferroviário que data de há 150 anos e que já há muito deixou de servir a economia .
    A Autoeuropa e Portucel carregam carros e papel em camiões para os descarregar em Irum em comboios que circulam em linhas com bitola europeia: há interesses instalados em Portugal que não querem resolver este e muitos mais problemas que afectam estruturalmente o nosso crescimento.
    Não abatem o ACS .

  2. Pedro diz:

    … A voz dos irreductíveis Portugueses! Parabéns Gonçalo!

  3. O pós 25 de Abril deixou cair por terra tudo o que de bom o fascismo fez pensando no Mar e na espreita do que o Mar podia ser para Portugal. Falo de estaleiros navais, construção e reparação naval, falo da Marinha comercial, falo das Pescas, falo das Conserveiras, falo da Arma da e em todas as actividades que a montante e a jusante contribuíam para o engrandecimento deste sector seja nas mais valias criadas, seja na empregabilidade permitida. Quase tudo desapareceu ou se entregou a coberto dos interesses europeus e hoje, todos aqueles politicos que falam no Mar e dizem pensar no Mar, jamais sabem o que é um barco, o que é navegar ou pescar porque apenas são moços de cavalaria.

  4. Paulo Bernardes Silva diz:

    Que desalento … Portugal contínua a aguardar o Messias salvador, D.Sebastião de volta a galope encoberto pelo nevoeiro.
    Percebe-se que as pessoas identificam os problemas, criticam os métodos de governo, as corrupções, etc, mas não se levantam acima do parapeito do repúdio para se expôr à acção.
    A acção é risco, mas neste impasse todos invariavelmente vamos perdendo, por não querer vir perder.

    É um desafio; tenho que dar a volta a este fado porque não quero pertencer ao coro.

  5. Muito Interessante o Editorial de hoje. Dá, notoriamente, uma outra perspectiva sobre o Plano Costa e Silva. Forte estímulao ao pensamento e cuidada ponderação.

  6. Maria do Carmo Melvill de Araújo diz:

    Nem vale a pena comentar…
    Este senhor é a voz do dono…. apenas e tão somente…
    Lamentável….

  7. Eduardo Augusto Peres Fonseca- diz:

    Tantas vezes eu ouvi Costa e Silva clamar contra sucessivos governos.que não punham o mar português e a economia do mar como vrtor estratégico de desenvolvimento..
    E o que vemos agora?
    Elabora um plano estratégico e deixa cair o mar que tanto defendeu
    Afinal o que mudou?
    Mudou o cheiro a poder e Portugal e o mar ficam mais uma vez adiados.
    É mau.
    Todos ficamos a perder.

  8. FAC diz:

    Não nos podemos esquecer que estamos perante um compilar de ideias todas elas já apresentadas e testadas é que agora constituem um plano. O Mar nunca fez parte dessas prioridades e por esse motivo também ficou esquecido. Mas não nos preocupemos porque de falta de empenho está este País mais que saturado.

  9. Defender o Mar em Portugal não é fácil. Veja o meu caso, Pescador, licenciado em Património Cultural pela Universidade do Algarve, em tempos tentei colaborar com o Jornal da Economia do Mar e nem uma resposta. O que me leva a crer que mesmo dentro do complexo do Mar existem situações mais pertinentes do que outras. Boa continuação e um abraço.

    1. Caro João Carlos Santos,

      É sempre simpáticos saber que há quem nos leia, ou ouça, mesmo quando há uma crítica a apresentar _ o que não deixamos também, apesar de tudo, de muito agradecer e reconhecer.

      Em princípio, e salvo muito excepcionais excepções, todos os contributos e colaborações são bem-vindas.

      Não sei o que se terá passado, neste momento não recordo a situação, mas tem aqui os meus contactos e estou, naturalmente, sempre interessado e será sempre um gosto conversarmos.

      Com os meus respeitos,

      Gonçalo Magalhães Collaço

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