Afinal, também para António Costa Silva o Mar conta pouco, não merecendo específica referência sequer em nenhum dos seus mais famosos «10 Eixos Estratégicos» da sua «Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica e Social de Portugal». Inesperado, no mínimo…
10 comentários em “O Plano Costa Silva e o Mar”
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«Foi Portugal que deu ao Mar a dimensão que tem hoje.»
António E. Cançado
«Num sentimento de febre de ser para além doutro Oceano»
Fernando Pessoa
Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto.
Vergílio Ferreira
Só a alma sabe falar com o mar
Fiama Hasse Pais Brandão
Há mar e mar, há ir e voltar ... e é exactamente no voltar que está o génio.
Paráfrase a Alexandre O’Neill
Conheci ACS numa conferência sobre o nosso Mar e percebi que estava perante um excelente pensador.
Li e tenho sobre a mesa o seu trabalho para o Portugal 20/30: percebo que ele não pode escrever tudo o que pensava.
Apreciei bastante os trechos que apresentou de imediato quando foi conhecida a sua indigitação.
Percebi logo na altura que o seu trabalho iria ser torpedeado: como se atrevia um paisano afrontar a mediocridade política que tomou conta de Portugal nestes, pelo menos, últimos 20 anos?
Portugal têm condições para ser um país desenvolvido da Europa e ser um factor crítico de sucesso para a mesma Europa.
Mas Portugal tem um gap nas suas infra-estrutras acumulado ao longo de muitas décadas, séculos.
Participei terça feira numa conferência sobre o Mar ( mais propriamente sobre logística e outras disciplinas para melhorar a nossa eficiência).
Estava subjacente o Porto de Roterdão e o Porto de Leixões: tecnologicamente ( IT) estamos muito perto.
Mas o que surpreende é o seu extraordinário crescimento desde o século XV: está esgotado..
Sines ( e os outros nossos portos) situa dos nesta extrema do continente europeu, mas no centro do mundo ocidental, podem ter um papel importante para a Europa no seu conjunto.
Mas temos um sistema ferroviário que data de há 150 anos e que já há muito deixou de servir a economia .
A Autoeuropa e Portucel carregam carros e papel em camiões para os descarregar em Irum em comboios que circulam em linhas com bitola europeia: há interesses instalados em Portugal que não querem resolver este e muitos mais problemas que afectam estruturalmente o nosso crescimento.
Não abatem o ACS .
… A voz dos irreductíveis Portugueses! Parabéns Gonçalo!
O pós 25 de Abril deixou cair por terra tudo o que de bom o fascismo fez pensando no Mar e na espreita do que o Mar podia ser para Portugal. Falo de estaleiros navais, construção e reparação naval, falo da Marinha comercial, falo das Pescas, falo das Conserveiras, falo da Arma da e em todas as actividades que a montante e a jusante contribuíam para o engrandecimento deste sector seja nas mais valias criadas, seja na empregabilidade permitida. Quase tudo desapareceu ou se entregou a coberto dos interesses europeus e hoje, todos aqueles politicos que falam no Mar e dizem pensar no Mar, jamais sabem o que é um barco, o que é navegar ou pescar porque apenas são moços de cavalaria.
Que desalento … Portugal contínua a aguardar o Messias salvador, D.Sebastião de volta a galope encoberto pelo nevoeiro.
Percebe-se que as pessoas identificam os problemas, criticam os métodos de governo, as corrupções, etc, mas não se levantam acima do parapeito do repúdio para se expôr à acção.
A acção é risco, mas neste impasse todos invariavelmente vamos perdendo, por não querer vir perder.
É um desafio; tenho que dar a volta a este fado porque não quero pertencer ao coro.
Muito Interessante o Editorial de hoje. Dá, notoriamente, uma outra perspectiva sobre o Plano Costa e Silva. Forte estímulao ao pensamento e cuidada ponderação.
Nem vale a pena comentar…
Este senhor é a voz do dono…. apenas e tão somente…
Lamentável….
Tantas vezes eu ouvi Costa e Silva clamar contra sucessivos governos.que não punham o mar português e a economia do mar como vrtor estratégico de desenvolvimento..
E o que vemos agora?
Elabora um plano estratégico e deixa cair o mar que tanto defendeu
Afinal o que mudou?
Mudou o cheiro a poder e Portugal e o mar ficam mais uma vez adiados.
É mau.
Todos ficamos a perder.
Não nos podemos esquecer que estamos perante um compilar de ideias todas elas já apresentadas e testadas é que agora constituem um plano. O Mar nunca fez parte dessas prioridades e por esse motivo também ficou esquecido. Mas não nos preocupemos porque de falta de empenho está este País mais que saturado.
Defender o Mar em Portugal não é fácil. Veja o meu caso, Pescador, licenciado em Património Cultural pela Universidade do Algarve, em tempos tentei colaborar com o Jornal da Economia do Mar e nem uma resposta. O que me leva a crer que mesmo dentro do complexo do Mar existem situações mais pertinentes do que outras. Boa continuação e um abraço.
Caro João Carlos Santos,
É sempre simpáticos saber que há quem nos leia, ou ouça, mesmo quando há uma crítica a apresentar _ o que não deixamos também, apesar de tudo, de muito agradecer e reconhecer.
Em princípio, e salvo muito excepcionais excepções, todos os contributos e colaborações são bem-vindas.
Não sei o que se terá passado, neste momento não recordo a situação, mas tem aqui os meus contactos e estou, naturalmente, sempre interessado e será sempre um gosto conversarmos.
Com os meus respeitos,
Gonçalo Magalhães Collaço