O Governo maltês divulgou a existência de um acordo para receber os migrantes a bordo de duas embarcações de organizações humanitárias que se encontram nas suas águas territoriais. O acordo contempla a distribuição dos migrantes por oito países, incluindo Portugal e Itália, mas o ministro do Interior italiano lembrou que não autorizou o desembarque no seu país
Team Humanity

O Primeiro-Ministro de Malta, Joseph Muscat, anunciou ontem um acordo com oito Estados europeus para distribuir os 49 migrantes resgatados do mar e que se encontram a bordo de duas embarcações no Mediterrâneo nas águas de Malta, operadas por duas organizações humanitárias não governamentais, referiu a agência noticiosa italiana ANSA.

Segundo a agência, Muscat terá referido que o Governo maltês enviará embarcações para resgatar os 49 migrantes, a distribuir imediatamente por oito países da Europa – Itália (que deverá receber 15), Alemanha (mais de 30 cidades, incluindo Hamburgo, Bremen e Berlim, já tinham aceitado receber estes migrantes), França, Portugal (que aceitara receber 10), Irlanda, Roménia, Luxemburgo e Holanda. Uma decisão criticada pelo vice-Primeiro-Ministro e ministro do Interior italiano, Matteo Salvini, que rejeita o desembarque de migrantes em Itália e que, a partir de Varsóvia, lembrou que não autorizara qualquer desembarque no seu país.

Nos termos do acordo que, para Muscat, não constitui um precedente, os migrantes deverão ser transportados em navios militares para Malta e depois distribuídos pelos oito países designados.

Recorde-se que em causa estão 32 pessoas resgatadas no dia 22 de Dezembro que se encontram a bordo do navio Sea-Watch 3, da organização humanitária não governamental alemã Sea-Watch, e 17 pessoas resgatadas no dia 29 de Dezembro e que estão a bordo do navio Professor Albrecht Penck, da organização humanitaria Sea-Eyes, também alemã. De acordo com a Sea-Watch, as condições a bordo dos navios estavam a deteriorar-se diariamente, havendo casos de migrantes que se terão recusado a alimentar-se.



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