Um analista militar chinês sedeado em Pequim terá admitido recentemente ao jornal South China Morning Post que as questões de segurança podem fazer repensar os investimentos chineses na província paquistanesa do Balochistão, designadamente no porto de Gwadar, uma infra-estrutura chave no Corredor Económico China-Paquistão, refere o Maritime Executive.
A par de uma situação económica adversa, o Paquistão enfrenta problemas de segurança no Balochistão resultantes de ataques persistentes de separatistas baloches, defensores de maior autonomia para a província, que têm dificultado o desenvolvimento do porto. Nesse sentido, alguns observadores comentam que o porto de Gwadar se tornou demasiado dispendioso.
A publicação lembra o ataque ao hotel mais luxuoso de Gwadar, este mês, pelo Exército de Libertação Baloche, que provocou a morte de cinco civis, todos paquistaneses, e um militar, precedido de outro, em Abril, realizado pelo mesmo grupo na auto-estrada costeira de Makran e que matou 14 pessoas, incluindo 11 militares, e de outro perpetrado seis meses antes contra a Embaixada chinesa em Carachi, que vitimou dois civis e dois polícias.
O Maritime Executive refere também que os baloches se sentiram excluídos dos empregos e dos benefícios económicos proporcionados pela construção do porto de Gwadar, que foi entregue, essencialmente, a empresas chinesas. Em consequência, os separatistas baloches pediram à China que deixasse de se envolver no desenvolvimento da região.
Apesar do compromisso do Governo paquistanês de garantir a segurança dos interesses chineses no Balochistão, de que resultou o destacamento de 15 mil militares para defender o Corredor Económico China-Paquistão, o recente ataque ao hotel de Gwadar demonstrou que os separatistas conseguem violar o perímetro defensivo imposto pelas autoridades de Carachi.
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