Reunidos ontem em Jacarta, os Ministros dos Negócios Estrangeiros e Chefes de Estado Maior das Forças Armadas das Filipinas, Indonésia e Malásia, ficou determinada a coordenação de patrulha do Mar do Sul das Filipinas mas não, ao contrário do que a Indonésia tinha chegado a propor, a realização de patrulhas conjuntas.
A reunião e decisão surge, como se sabe e aqui foi já noticiado, na sequência do surto de ataques e raptos verificados no Mar do Sul das Filipinas, em particular no Mar de Sulu e Mar de Cilebes, pelo grupo radical islâmico Abu Sayyaf que não se coibiu mesmo e decapitar um refém canadiano há pouco mais de uma semana e, apesar da libertação ocorrida no fim-de-semana passado de dez tripulantes indonésios, ainda mantém em seu poder cerca de 8 reféns, ameaçando voltar a matar caso os resgates exigidos não sejam pagos.
Nesta circunstância, a coordenação de patrulhamento significa apenas coordenação das patrulhas dos vários países nas respectivas áreas sob jurisdição nacional mas sem cruzamento de fronteiras como sucederia caso a proposta indonésia tivesse sido aceite, uma vez as patrulhas passarem a ser constituídas por navios de todas as três nações.
Nesta solução mitigada, o principal objectivo será estabelecer corredores de segurança, havendo um ponto focal em cada nação, com ligação directa entre si, para permanente troca de informações.
Nesse enquadramento, a resposta às ameaças será igualmente coordenada entre as três Marinhas de Guerra, esperando-se, para breve, o estabelecimento de um Código de Procedimentos Operacionais Comuns, a ser elaborado entre as Agências de Segurança dos três países.
Entretanto, a Associação Indonésia de Armadores, tem vindo a aconselhar igualmente os seus membros a navegarem sempre em comboio nas áreas consideradas de maior risco.
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