Apesar de décadas de afastamento e suspeita por parte de Nova Deli em relação à estratégia de Defesa de Washington, a crescente apreensão das ambições chinesas no que respeita não só ao Mar da China mas também de desafio ao domínio do Índico pela Índia, conduziu a uma alteração radical da sua política, a ponto de se terem iniciado já conversações entre os dois países num capítulo tão sensível como o da guerra anti-submarino.
De acordo com informações da própria Marinha Indiana, têm sido avistados regularmente submarinos chineses no Índico, com uma frequência de, pelo menos, quatro passagens por trimestre, sobretudo próximo do Estreito de Malaca, por onde transitam cerca de 80% de todos os fornecimentos à China.
Neste enquadramento, não só a Índia abriu já as suas bases militares aos Estados Unidos em troca do acesso a tecnologia militar que lhe permita encurtar a diferença actual para a capacidade da China nesse domínio, como houve já o desenvolvimento de exercícios navais conjuntos, voando ambas Marinhas o P-8, o mais sofisticado avião caça submarinos da actualdade, equipado com os mais sofisticados sensores de detecção, identificação e seguimento de submarinos.
Sendo a guerra anti-submarinos uma das áreas mais sensíveis em termos de estratégia de defesa, esta aproximação entre os Estados Unidos e a Índia é particularmente significativa, assim como a integração da Índia nos exercícios navais conjuntos a terem lugar em Junho próximo, numa área entre o Norte das Filipinas e o Mar do Sul da China e que envolverá igualmente as Marinhas do Japão, Rússia, Austrália, China, Singapura, Indonésia, Filipinas, Tailândia, Malásia, Vietnam, Mianmar e Coreia do Sul.
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