Uma draga com 12 mil litros de combustível virou-se ontem em Olhão. O risco de derrame era então reduzido e estavam instaladas barreiras de prevenção. No acidente, quatro tripulantes caíram à água, mas foram resgatados em poucos minutos
Energia das marés

Ontem foram colocadas barreiras contra a poluição na barra do Lavajo (barra da Armona), em Olhão, para conter um eventual derrame de combustível de uma draga que ali se virou quando estava envolvida numa operação de reposição de areias. Segundo referia ontem ao Observador o capitão do porto de Olhão, iria ser mantida uma vigilância no local durante a noite e “continuaremos com esse trabalho enquanto aguardamos que o dono da embarcação apresente o plano para a sua remoção”, acrescentava em declarações à Lusa. Tal plano deve ser apresentado entre 48 a 96 horas. Em todo o caso, o risco de derrame é considerado reduzido.

Até ao final da tarde de ontem não havia indícios de fuga de combustível ou óleo da draga, que também terá ficado sem inertes, “porque a areia saiu”, referiu o mesmo responsável aos meios de comunicação social. Segundo a mesma fonte, o proprietário já teria então contactado com uma empresa para remover a embarcação. A RTP referia ontem que não era ainda possível determinar quando é que isso iria suceder.

A draga, de nome Brasinho e propriedade da empresa Sofareias, tem 80 metros de comprimento e transportava 12 mil litros de gasóleo. Segundo a Autoridade Marítima Nacional (AMN), o alerta do acidente foi recebido às 08H10 de 16 de ontem, “tendo de imediato sido enviado para o local uma embarcação da Polícia Marítima e uma embarcação da Estação Salva-vidas de Olhão”.

Segundo a AMN, “quatro dos tripulantes caíram à água, tendo poucos minutos depois sido recolhidos pelo táxi-marítimo e transportados para a Estação Salva-vidas de Olhão, apresentando, no entanto, sintomas de hipotermia à chegada a terra”. A recolha terá sido facilitada pelo facto de o acidente ter ocorrido “logo após a mudança de turno dos trabalhadores, numa altura em que o táxi marítimo que os transportava ainda se encontrava na área”.

Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Olhão admitiu que na origem do acidente pode ter estado uma má acomodação dos sedimentos que transportava. Mas acrescentou que era cedo para assumir conclusões definitivas. Recorde-se que o local de retirada das areias era a barra do Lavajo e o de deposição a praia do Barril, em Tavira, numa operação que decorria há cerca de uma semana e iria demorar alguns meses, segundo alguns meios de comunicação.



Um comentário em “Draga virou-se em Olhão”

  1. João Afonso Serra diz:

    Boa tarde,

    Julgo que esta draga ainda não foi retirada do local onde naufragou.

    A ser verdade, é uma vergonha que tal aconteça.

    Não é aceitável que as autoridades deste país pactuem com tal situação, dado que a draga nem seguro tinha.

    E mais estranho, é o facto de ninguém se manifestar perante tal situação.

    Será que a Capitania teria o mesmo comportamento se fosse um barco de pesca?

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