Chefe do Estado Maior da Armada volta a alertar para a falta de meios da Marinha no discurso do Dia da Marinha, celebrado a 21 de Maio, dia em que a Armada e Vasco da Gama chegou à Índia.

«A não execução do programa de construções adjudicados, em tempo, aos então ENVC, que previa a construção de 8 NPO e 6 NPC até ao fim de 2012, dos quais apenas foram entregues dois NPO, o último no fim de 2013, criou um enorme problema à Marinha».

As palavras são do Chefe de Estado Maior da Armada, Almirante Macieira Fragoso, no discurso proferido para assinalar o Dia da Marinha, este ano celebrado em Oeiras, não deixando de constatar ter tal situação impossibilitado «a indispensável renovação da capacidade de fiscalização, obrigando a que a missão seja hoje executada com meios cada vez mais escassos e envelhecidos».

Uma situação que se admite tão mais preocupante quanto, ainda segundo a própria expressão do Chefe de Estado Maior da Armada, «Portugal, um país relativamente pequeno, ganha dimensão através do seu posicionamento geográfico e do vasto espaço marítimo de que dispõe, que para além de representar uma janela de oportunidade económica, confere profundidade ao território Português, liberdade de acção e tem um enorme valor geopolítico que importa concretizar. Para isso, é essencial garantir a ocupação efectiva dos espaços sob soberania e jurisdição nacional, evitando vazios que outros tenderão a preencher. Só assim, poderá Portugal assegurar a concretização desse enorme potencial económico e impedir o desenvolvimento de ameaças à soberania e aos interesses legítimos portugueses».

Porém, afirmou ainda Macieira Fragoso, essa «justificada ambição só ganhará vida se for correspondida pelo capacitar da Marinha para que possamos manter os níveis de operação, reforçar a manutenção dos navios, aproximando-a dos seus ciclos regulares, continuar a modernização das capacidades existentes e terminar a adaptação dos meios recentemente adquiridos».

Um enquadramento pouco auspicioso uma vez que, tal como o Chefe de Estado da Armada não deixou igualmente de sublinhar, a Marinha, no âmbito do conceito de uma Marinha de Duplo Uso, presta igualmente um apoio «fundamental» à funções e tarefas da Autoridade Marítima, não apenas de meios materiais mas também humanos, de informação e conhecimento.



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