Numa cimeira internacional sobre GNL, a ministra do Mar e o CEO da GALP admitiram que este produto terá uma importância crescente no paradigma energético dos próximos anos
Sanchi

A ministra do Mar admitiu que o gás natural liquefeito (GNL) tem “perspectivas vibrantes nos próximos anos”, ontem, numa intervenção que fez na World LNG Summit, a cimeira internacional sobre o GNL, em Lisboa.

Além de recordar que o consumo de gás natural deverá aumentar 70% até 2040 e que a importância do GNL é decisiva para a redução de emissões no transporte marítimo global, Ana Paula Vitorino salientou o papel privilegiado de Portugal, e em particular, do porto de Sines, para ser um hub atlântico deste produto.

O interesse do Governo em ver Sines como uma área de serviços de GNL no Atlântico foi igualmente manifestado numa declaração conjunta de Portugal e dos Estados Unidos em prol da cooperação em matéria de GNL marítimo, que Ana Paula Vitorino recordou no evento.

Na ocasião, também considerou o GNL um vector estratégico no plano para o aumento da competitividade dos portos nacionais que o Governo apresentou em 2016 e manifestou a vontade do Executivo em usar o GNL como elemento da descarbonização das ligações marítimas entre o Continente e os arquipélagos da Madeira e Açores. Sublinhou ainda que a concretização do roteiro para o GNL recentemente concluído pelo Governo implicará um investimento de cercade 130 milhões de euros.

No mesmo evento, o CEO da GALP, Carlos Gomes da Silva, também atribuiu importância ao GNL, reconhecendo que vai ter um papel importante na transição para uma economia de mais baixo carbono.

Numa intervenção que fez antes de tomar lugar num painel com oradores estrangeiros, todos de alguma forma envolvidos no uso do GNL, abordou o tema do encontro a partir de três grandes questões: qual a importância do GNL, que papel pode desempenhar no contexto energético actual e de que forma as forças da procura e da oferta estão a reformar o mercado?

O CEO da GALP considerou que o gás natural é uma das poucas fontes de energia que pode resolver aquilo a que chamou o “trilema” da acessibilidade, garantia de abastecimento e sustentabilidade da energia. E admitiu que vivemos uma mudança no paradigma negócio da gás natural, incrementado pela dinâmica do GNL.



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