Câmara admite ampliar o sistema ao resto do município
Cascais

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) vai investir cerca de 15 mil euros num projecto-piloto de alerta acústico contra maremotos a localizar em Cascais, esclareceu o presidente da entidade, Francisco Bravo Pereira, ao nosso jornal. O protótipo será instalado ao abrigo do Programa Operacional de Valorização do Território, no domínio da Prevenção, Gestão e Monitorização de Riscos Naturais e Tecnológicos, financiado pelo anterior Quadro Comunitário de Apoio.

O protocolo para a implementação do sistema foi hoje assinado entre a ANPC e a Câmara Municipal de Cascais (CMC) e prevê a dotação de meios humanos e técnicos para informar a população em casos de risco. De acordo com o presidente da ANPC, “o sistema deve estar instalado dentro de um mês”, em local a definir pela autarquia na zona histórica do município.

Este sistema será o primeiro do género no país e poderá “ser utilizado noutras situações de risco, nomeadamente, cheias e inundações, ventos fortes ou outro tipo de riscos naturais ou tecnológicos”, conforme se lê em comunicado.

O protótipo permitirá o “envio de um sinal de rádio ou GPRS auxiliar a partir de transmissores terrestres” para aviso da população no caso de risco iminente e a sua activação dependerá da informação proveniente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) e da ANPC.

O alcance do sinal acústico será um dos aspectos a testar, mas os dados de referência utilizados pela ANPC indicam que poderá ser de um a dois quilómetros. O que cria expectativas em Francisco Bravo Pereira. “Temos esperança que venha a ser um protótipo a replicar noutras autarquias”, referiu-nos.

A própria CMC admite a possibilidade de ampliar o sistema a outras zonas do concelho. “Dada a extensão da nossa costa, temos todo o interesse em aumentar esse alerta a outras zonas do município, mesmo a nossas expensas”, referiu na ocasião o presidente da CMC, Carlos Carreiras. “Não será só em benefício dos cidadãos de Cascais, mas de toda a Área Metropolitana de Lisboa”, acrescentou o autarca.

A favor do sistema, Francisco Bravo Pereira argumenta também com o benefício que poderá trazer, neste caso, para Cascais, um município com um volume de turismo considerável.

De acordo com o presidente da ANPC, “para um cidadão estrangeiro, sabendo que aqui existe um sistema de aviso complementar”, este pode ser um factor que o faça optar por este destino, numa época em que as pessoas são sensíveis a aspectos de segurança, “quer no plano da security, quer no plano da safety”, quando tomam as suas decisões.



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