André Toscano, chef premiado no Jovem Talento da Gastronomia 2013, na categoria de Harmonizações Super Bock, foi um dos jovens que foi ontem ao Peixe em Lisboa fazer a sua receita predilecta – Salmonete couve de rábano e alho selvagem. André saiu da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa e está neste momento no Restaurante Londrino, em Londres, e confirma ser “mais de peixe do que de carne”.
A cozinha foi escolhida “um pouco ao acaso”, mas o jovem chef explica que o seu primeiro contacto com a cozinha foi nos programas de televisão e quando começou a ir ao Peixe em Lisboa com os seus primos. Entretanto, começou a cozinhar e um dia virou-se para a mãe e disse “quero ser cozinheiro, e a minha mãe respondeu-me: mas tu nem sabes descascar uma cebola como deve ser, e eu respondi-lhe: então e os médicos, sabem dar vacinas?”, contou. A partir daí começou a sua aventura.
“É fantástico trabalhar com o mar, com o que vai aparecendo” e por isso prefere também cozinhar peixe. Mas não esquece, no entanto, o outro lado da questão – o lado ambiental. “Sei que a sardinha está a ficar em vias de extinção, ainda para mais eu adoro sardinha, mas ainda não tive um contacto muito grande a nível do que está de facto a acontecer”. No entanto, admite ter consciência de que é algo a que deveria começar a prestar atenção.
O que o distingue na arte gastronómica? “Eu gosto de viajar e descobrir e criar os pratos com base nas minhas experiências”. Em relação ao prato cuja receita nos deixa: “Este prato que fiz foi uma herança de experiências que fui fazendo e é isso que o torna especial, e o facto de fazer sentido para mim”.
Este evento gastronómico português, organizado pela Associação Turismo de Lisboa com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e produção da DOT Global e LGSP Events, é dedicado à gastronomia do mar e reúne até 15 de Abril, no Pavilhão Carlos Lopes, gastronomia nacional e internacional, com chefs de renome. Nesta 11.ª edição do Peixe em Lisboa, estarão presentes chefs portugueses, como José Avillez, do Restaurante Belcanto, e João Rodrigues, do Restaurante Feitoria, em Lisboa.
Salmonete, Couve Rábano, Alho Selvagem
(Red Mullet, Kolrabhi, Wild Garlic)
Ingredientes
1 uni. Salmonete (100-200g)
1 uni. Ovas de Peixe (Pequena)
Figados do Peixe
6 uni.Chalotas
100g Alho Selvagem
1 uni. Couve Rábano
100 g Sal Fino
Noz de manteiga com Sal
10 dl de vinho branco
15 g coentros picados
Salmonete
Escamar e Filtar o salmonete
Retirar as ovas e os fígados, reservar para confecionar
Curar o Salmonete em sal fino, durante 10 minutos
Lavar o peixe, depois dos 10 minutos para retirar o sal
Colocar as espinhas e as cabeças a secar, no grelhador até caramelizarem ou em alternativa no forno lentamente, a 170ºgraus, até ficarem bem caramelizadas.
Pasta de Fígados
Laminar 4 chalotas muito finas e caramelizar em manteiga e tomilho, até ficarem homogeneamente caramelizadas lentamente
Adicionar os fígados e fritar
Adicionar coentros picados
Usar o almofariz para tornar o preparado numa pasta
Couve Rabano
Descascar a Couve Rabano
Usar uma mandolina chinesa, colocar a couve na mandolina e laminar em fatias finas
Pickle
Numa caçarola, adicionar 50g de vinagre de arroz, 50g agua e 25g açúcar e levantar fervura e repousar.
Colocar as laminas do couve rabano no pickle e reservar.
Caldo de peixe
Assar 3 chalotas, Grelhar as folhas de alho selvagem e secar.
Depois das espinhas e as cabeças ganharem a cor pretendida, adicionar as chalotas assadas, as folhas de alho selvagem grelhadas e as espinhas num tacho com água a cobrir as espinhas
Deixar reduzir o caldo lentamente.
Tostar arroz até ter uma cor dourada e adicionar ao caldo para infusionar.
Passar pelo passador fino
Reservar
Oleo de Arroz Tostado
100g Arroz Tostado
150g Oleo
Tostar o Arroz até dourado.
Triturar grosseiramente na máquina.
Colocar o arroz e o óleo, e cozinhar durante 10 minutos a 70C
Passar pelo chines e dispor algumas gotas no prato
Alho Selvagem Frito
Num tacho colocar o óleo e levantar a 180C
Cortar as folhas em metades e fritar.
Deixar secar em papel para tirar o excesso de óleo e servir de imediato
- O Desinteresse de Portugal pela Arqueologia Marítima
- Tiago Pitta e Cunha distinguido com Prémio Pessoa 2021
- Em salvaguarda e valorização do nosso património marítimo
- Virgílio de Carvalho – Cumprir Agora Portugal
- O Mar, a Liga Naval e quanto em Portugal nunca muda…
- O Técnico e as novas gerações de inovação na construção naval
- O paradoxo do talento individual e do fracasso institucional
- CIIMAR: um Centro de Investigação de vanguarda na área da Biologia Marinha