Em rigor, uma Nota Editorial em louvor das palavras do Senhor Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, nas cerimónias de celebração dos 700 Anos da Marinha.

Providencialmente, quase se diria, ao nosso Editorial de Segunda-feira, «Até que o Mar Arda Também», respondeu ontem _ modo de dizer, evidentemente _, o Senhor Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, no discurso proferida durante as cerimónias de celebração dos 700 Anos da Marinha, em que reconheceu e afirmou, pela primeira vez, tanto quanto nos é dado saber, a decisiva importância para Portugal do Mar e da sua Marinha de Guerra, ou Armada, e, por isso mesmo, a consequente e imperiosa necessidade de investir no apoio e reforço das respectivas capacidades, seja no «apoio de retaguarda», seja «no mios que asseguram a Autoridade do Estado no Mar», bem como na segurança marítima,  na vigilância das nossas águas e no estrito acesso à nossa Plataforma Continental.

Um investimento tão mais importante quanto, afirmou e sublinhou igualmente o Presidente da República, saber-se não haver desenvolvimento sem segurança nem segurança sem Forças Armadas e Marinha.

Perguntar-nos-ão, eventualmente, os mais cínicos: e o que se esperava que pudesse ser o discurso do Presidente da República, Comandante Supremo das Forças Armadas, nas comemorações dos 700 Anos da Marinha? Seria de esperar algo diferente que não a exaltação da Marinha?…

Com certeza, mas tendo proferido o discurso que proferiu, não podendo nós admitir que o Senhor Presidente da República não assuma a seriedade inerente ao cargo que exerce, ou seja, do íntimo nexo existente, para nós, Portugueses, como diria Francisco da Cunha Leão, entre Pensar e Agir, as suas palavras não podem deixar de ter o mais alto e determinante significado.

Para quem tenha dúvidas que uma nova brisa marítima sopra desde ontem em Portugal, o discurso do Senhor Presidente da República pode ser ouvido aqui. Cerca de seis minutos, quem sabe, talvez intemporais.



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