A empresa madeirense UBQ II foi contemplada com mais de 800 mil euros de fundos comunitários (João Dionísio, administrador da empresa referiu-nos 1 milhão e 107 mil euros) para o seu projecto Blue Iodine II pelo Instrumento Pequenas e Médias Empresas do programa de apoio financeiro à investigação e inovação Horizonte 2020.
De acordo com a empresa, este projecto “tem fins gastronómicos para a saúde e fins essencialmente de saúde”, visando produzir iodo a partir de algas marinhas, “de forma eficiente em termos de custos”, como refere a Comissão Europeia (CE).
Com esta atribuição, a CE vai ao encontro de uma das suas preocupações, que é “a deficiência de iodo apesentada, em particular, por três grupos alvo (crianças, mulheres grávidas ou a amamentar e idosos)”, segundo refere a instituição europeia.
De acordo com o Funchal Notícias, este financiamento permitirá construir “estaleiros industriais na costa marítima madeirense onde serão instalados tanques e plataformas para a criação e desenvolvimento das algas que pertencem ao mapa marítimo das macro-algas na parte sul da Madeira, mapa este já elaborado no âmbito deste projeto”.
Ao nosso jornal, João Dionísio, comunicou que “as instalações da UBQ II terão todo o equipamento para produção de propágulos de macroalgas em terra” e “possuirá diverso equipamento industrial para o processamento desta matéria-prima”. O mesmo responsável adiantou-nos que “os equipamentos incluem estufas de desidratação, estações de lavagem e higienização, moinhos, cubas de extracção, etc.”.
No mesmo meio de comunicação refere-se que “o objectivo é fornecer tratamentos naturais a partir das macroalgas de modo a proporcionar ao nosso corpo um desenvolvimento equilibrado e saudável, tendo sempre como base as biotecnologias azuis” e assim “alcançar um nicho de mercado na produção de farinha de macroalgas com propriedades nutracêuticas e fabricar extractos naturais capazes de colmatar as carências nutricionais e minerais já detectadas em Portugal e em outros países da Europa”.
Segundo nos informou João Dionísio, a empresa pretende instalar jaulas circulares ou rectangulares que poderão, conforme a produção e os anos, vir a ter uma dimensão aproximada de 16 metros de diâmetro, ocupando uma superfície útil de 201 m2”. O mesmo responsável fez-nos saber ainda que “durante os primeiros 5 anos, é previsto a instalação de 6 jaulas, totalizando 1.206 m2 de área útil” e que está prevista uma “concessão total de 3.000 m2, para livre circulação entre jaulas e colocação de zonas de ancoragem”.
Entre os produtos da UBQ II está o «Iodobem», um suplemento alimentar para combater a carência de iodo, de carácter preventivo. Citando ao administrador da empresa, o Funchal Notícias refere que “o produto já se encontra em vários restaurantes da cidade, além de se encontrar à venda em lojas de produtos naturais”.
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