Na passada Sexta-feira, os 16 tripulantes estrangeiros do petroleiro Rio Arouca imobilizado no Mar da Palha, no rio Tejo há quase dois anos foram finalmente desembarcados e levados para o aeroporto, depois de terem vivido a bordo durante esse período, contou o Diário de Notícias (DN), que acompanhou a odisseia destes marítimos ao longo da sua permanência nas águas portuguesas.
Segundo o jornal, foi a Administração do Porto de Lisboa (APL) que assumiu a responsabilidade de os desembarcar, por razões humanitárias, e de os substituir por outra tripulação. Metade seriam naturais de Myanmar (a antiga Birmânia) e os outros oito da Ucrânia (quatro), Espanha (um), Rússia (um), Polónia (um) e Venezuela (um).
A imobilização do navio no Tejo não é mais do que um arresto, a que ficou sujeito o navio por dívidas da empresa venezuelana PDVSA, ao serviço da qual opera, a vários credores, entre eles a própria APL, à qual a empresa deverá cerca de 2 milhões de euros, refere o DN. Uma dívida que aumenta diariamente, à razão de 20 mil euros por cada dia no Mar da Palha, refere o DN.
O navio terá chegado ao Tejo em 24 de Julho de 2017 e foi de imediato arrestado por dívidas da PDVSA, que enfrenta desde então uma grave crise financeira, reflexo da situação que se vive há anos na Venezuela. Outros navios da empresa estão arrestados noutros portos, incluindo no porto de Setúbal, lembra o jornal.
“O que torna este caso absolutamente único é que a exploração do navio era venezuelana, o armador do barco era alemão e o seu pavilhão estava nas ilhas Marshall, o que impedia as autoridades portuguesas de deixarem o navio ancorar”, refere o DN, recordando que o navio foi sendo abastecido de alimentos pela Knudsen Suppliers e que o lixo foi sedo recolhido pela Autoridade Marítima Nacional.
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