Timor-Leste e a Austrália concordaram em resolver a sua disputa territorial relativa ao campo de gás natural Greater Sunrise, segundo refere a Maritime Executive. De acordo com a publicação, os respectivos Governos agendaram um encontro para o dia 6 de Março, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, destinado à assinatura do Tratado.
O campo Greater Sunrise está situado a 150 Km a sul de Timor-Leste e a 450 Km a noroeste de Darwin, na Austrália, em águas com 600 metros de profundidade. Cerca de 20% do campo situa-se numa área administrada conjuntamente pelos dois países e 80% em águas australianas.
A Austrália traçou um limite entre as duas zonas alinhado com a sua plataforma continental, mas Timor-Leste defende que a linha divisória deve ser traçada a meio caminho entre os dois países, o que, a verificar-se, colocaria a maioria do campo de gás sob controlo timorense.
Descoberto em 1974, este campo contém 5,1 triliões de pés cúbicos de gás natural liquefeito (GNL) e 226 barris de condensado, de acordo com estimativas mencionadas pela publicação. O operador é a Woodside Petroleum, que detém uma quota de 33,4%, apoiado pela Shell (26,5%), ConocoPhilips (3%) e Osaka Gas (10%).
Em 2010, a Woodside Petroleum manifestou a sua preferência por um método de exploração assente numa plataforma flutuante (floating liquefied natural gas, ou FLNG). Já Timor-Leste prefere um sistema baseado numa exploração a partir de terra e, segundo alguns meios de comunicação social, embora possa ter direito até 80% das receitas, pode aceitar receber menos se o sistema adoptado for o da sua preferência.
A publicação refere ainda que ao abrigo de um acordo realizado no Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia, a distribuição de receitas do campo de gás será diferente conforme os benefícios resultantes de cada um dos métodos de exploração adoptados.
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