Moçambique defende uma estratégia marítima conjunta

Na abertura do IV Simpósio das Marinhas da CPLP, a decorrer desde ontem em Maputo, o Vice-Ministro da Defesa de Moçambique, Patrício José, defendeu uma estratégia marítima conjunta como forma de capitalizar uma oportunidade de cooperação internacional em domínios essenciais para o desenvolvimento sustentável das actividades ligadas ao mar, uma vez distribuírem-se os países da Comunidade por vários Oceanos.

Em simultâneo, o Vice-Ministro lembrou igualmente as previsões que colocam potencialmente a CPLP como o quarto maior produtor de hidrocarbonetos até 2015, sendo a esmagadora maioria dos caos em exploração off-shore.

Nesse enquadramento e tendo igualmente em atenção as recentes descobertas de jazidas de gás em Moçambique que o poderão vir a colocar como o terceiro maior produtor mundial deste recurso, logo atrás da Rússia e do Qatar, Patrício José afirmou entender também que tal circunstância torna a CPLP incontornável na geopolítica da exploração de gás e dos hidrocarbonetos, devendo assumir, por consequência, um papel preponderante nas relações internacionais, bem como afirmar a Lusofonia no jogo global do desenvolvimento.

O Vice-Ministro defendeu ainda que o investimento na Segurança Marítima entre as Marinhas «gera sinergias de emprego, num contexto de afinidade cultural, em que dois terços das populações dos estados-membros vivem em zonas costeiras», não sendo nunca de esquecer, por um lado, a grande importância social e económica da pesca comercial e artesanal, bem como o facto da área marítima dos países da CPLP somarem cerca de 7,2 milhões de quilómetros quadrados, ou seja, 2,5% do total da superfície marítima global, atravessadas por uma imensidão de rotas comerciais, dispondo de recursos estratégicos e de potencialidades geoestratégicas e geopolíticas que importa conhecer, potenciar e proteger.

 



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