Como então foi aqui dada a devida notícia, o Sea Hunter é primordialmente um trimarã autónomo caça submarinos de cerca de 40 metros, dispondo de dois motores diesel-eléctricos, podendo navegar entre um a três meses com perfeita autonomia e capacidade para atingir uma velocidade máxima de 27 nós.
Sendo, de facto, a sua principal missão a detecção e seguimento de submarinos, equipado com múltiplos sistemas computorizados e os mais diversos tipos de sensores e dispositivos de vigilância, o Sea Hunter encontra-se igualmente apto a realizar múltiplas outras operações, desde caça minas às mais rotineiras tarefas de patrulha e acompanhamento avançado de uma qualquer frota.
Cumpridos, com pleno êxito, os dois anos de intenso teste de mar, o Sea Hunter, agora entregue á Marinha Norte-Americana, irá ser equipado com múltiplos sistemas e sensores, esperando-se o seu aprontamento ainda no decorrer de 2018.
A construção do casco de um segundo Sea Hunter foi já, de resto, encomendada à Vigor Works, por um valor na casa dos 30 milhões de euros, aos quais haverá que somar mais tarde um valor na casa dos 40 milhões para equipamento.
Como se compreende, esta nova Classe de navios com sofisticada capacidade de detectar submarinos diesel-eléctricos, mesmo quando a navegar exclusivamente no modo eléctrico, ou mesmo submarinos equipados com as designadas células de combustível, é particularmente significativa num momento em que esse tipo de submarinos estão a disseminar-se rapidamente, encontrando-se a Rússia, por exemplo, a construir vários desses modelos por valores entre os 300 e os 400 milhões de euros, inclusive para venda a terceiras nações, entre as quais se encontram uma Argélia, que terá encomendado já dois, uma Venezuela, que terá encomendado cinco, e uma Indonésia, que terá encomendado seis, não deixando a China de estar a desenvolver projectos idênticos para a sua Marinha.
Pelas suas características, embora não dispondo e não se encontre equipado com quaisquer sistemas de armas, o Sea Hunter pode ser também uma arma de crucial importância em situações de guerra assimétrica, particularmente importante em zonas críticas como, por exemplo o Estreito de Ormuz, uma vez haver também uma cada vez mais profunda e extensa capacidade de interligação entre sistemas, ou seja, navios, força aérea e plataformas autónomas, aéreas e marítimas, actuando de forma perfeitamente coordenada e em cooperação.
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