O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, esteve presente no plenário da 5ª reunião do Fórum Internacional do Árctico “The Arctic: Territory of Dialogue” no qual, além de discutir o papel do seu país no desenvolvimento de investigações e programas para o Árctico, convidou parceiros externos à união deste movimento pelo Árctico.
O país pretende, segundo palavras de Vladimir Putin, citado em vários meios de comunicação internacionais, “modernizar os portos da costa do Árctico, incluindo as possibilidades de organizar o tráfego fluvial-marítimo” e construir plataformas (hubs) portuárias, nomeadamente o «Murmansk transport hub», e renovar a infra-estutura do porto de Petropavlovsk-Kamchatsky.
A discussão, que contou com o Presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, o Presidente da Islândia, Gudni Torlacius Johannesson, o Primeiro-Ministro da Noruega, Erna Solberg e o Primeiro-Ministro da Suécia, Stephan Leuven, concluiu alguns planos. Um deles, a construção de uma linha ferroviária – Northern Latitudinal Railway –, que permitirá o desenvolvimento de recursos naturais do Polar Urals, do Yamal e no Norte de Krasnoyarsk.
E há mais novidades: em 2021 a Rússia assumirá a presidência do Arctic Council. “Oferecemos a todos os países membros desta organização assim como a outros estados, para cooperação no Árctico”, referiu Putin. Além disso, o trabalho continuará na Rota do Árctico para garantir que esta funcione sem problemas durante todo o ano.
Recorde-se que Putin estabeleceu, no discurso de em 2018 para a Assembleia Federal, a meta de aumentar significativamente o volume de tráfego de carga ao longo da Rota do Árctico – até 80 milhões de toneladas até 2025. “Há 10/15 anos atrás, este número parecia completamente inatingível”, referiu. “Agora é uma tarefa realista, calculada e substantiva. No final do ano passado, o volume de tráfego na Rota do Árctico atingiu 20 milhões de toneladas. Três vezes – quero enfatizar esta questão – três vezes mais do que o registo soviético estabelecido em 1987”, lembrou Putin.
A complexidade do desenvolvimento do Ártico requer uma poderosa base científica, humana e tecnológica, refere, ainda assim o Presidente russo. Por isso, estão a desenvolver-se centros de pesquisa e intercâmbios universitários, a criar-se equipas de pesquisa internacionais e alianças com empresas de alta tecnologia. No entanto, discutindo a posição da Rússia sobre as sanções, Putin observou o dinheiro gasto na substituição de importações e concluiu que “o futuro da Rússia depende apenas de nós, de quanto podemos efectivamente transformar no nosso sistema político, quão democrático será. Todas as forças mais saudáveis da sociedade, a energia criativa de nossos cidadãos para a superfície”.
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