Alegando que o prazo legalmente vinculativo da UE para acabar com a sobrepesca está próximo e que uma elevada percentagem de stocks ainda sofre desse problema, as ONG fazem do relatório um alerta geral
Vladimir Yemelyanov

Várias ONGs protestaram após às conclusões do relatório deste mês do Comité Científico, Técnico e Económico para as Pescas (STECF, sigla em inglês) da Comissão Europeia, alegando pouco esforço para pôr fim à sobrepesca, um problema que, segundo as mesmas, continua a devastar os mares da União Europeia. Prova disso é o factor “prazo legalmente vinculativo da UE” para alcançar níveis de pesca sustentáveis para todas as populações marinhas, que está próximo, mas ainda com elevadas percentagens de stocks sujeitas a sobrepesca, segundo Rebecca Hubbard, Directora de programa «Our Fish».

Segundo a ONG OCEANA, cerca de 40% das unidades populacionais do Atlântico e 87% das unidades populacionais do Mediterrâneo são pescadas de forma insustentável. “Com o prazo de 2020 para erradicar a sobrepesca a aproximar-se rapidamente, os cientistas confirmam que, com apenas alguns meses, os países da UE ainda estão longe de cumprir a obrigação legal da Política Comum de Pesca (PCP)”. Espécies como a sardinha ibérica, a pescada mediterrânica e o bacalhau do Báltico Oriental poderão extinguir-se em águas europeias num futuro próximo. O que é necessário? Que os “políticos passem das palavras às acções”, refere Javier Lopes, Gerente de Políticas da OCEANA.

Não deixando de reconhecer melhorias em algumas zonas, as ONGs chamam à atenção para o Atlântico, o Mediterrâneo e o Mar Negro (a região mais explorada do mundo), “longe de alcançar qualquer progresso na recuperação dos recursos pesqueiros”, segundo a organização. Pelo que as demais organizações encorajam a Comissão Europeia a propor limites de pesca adequados e em consonância com os pareceres científicos acordados para 2020 pelos Estados-membros da UE.



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