A Comissão Europeia revelou, no passado dia 2 de Dezembro a lista actualizada da Marca do Património Europeu (European Heritage Label). Aquela que é uma distinção reservada apenas aos “sítios que celebram e simbolizam os ideais, os valores, a história e a integração europeus” recebeu nove novos locais.
Portugal, Croácia, República Checa, Áustria, Estónia, Hungria, Bélgica, Polónia e França foram os países que foram contemplados na lista. São eles o sítio pré-histórico Neanderthal e o Museu Krapina (HR), o Castelo Premyslid e o Museu Arquidiocesano de Olomouc (CZ), o Palácio Imperial (AT), o Conjunto Histórico da Universidade de Tartu (EE), a Academia de Música Franz Liszt (HU), o Mundaneum (BE), o Cemitério n.º 123 da Frente Oriental da II Guerra Mundial (PL) e o Bairro Europeu de Estrasburgo (FR). Em Portugal o reconhecimento coube ao Promontório de Sagres, em Vila do Bispo, no Algarve que, agora, passa a exibir o selo cultural europeu.
Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), referiu que a atribuição a “um dos sítios mais místicos e o mais visitado de todo o Algarve é uma mais-valia para a promoção turística do destino”.
Este foi o primeiro ano que, segundo a Comissão Europeia, a participação foi aberta a todos os Estados-Membros da União Europeia que manifestaram o seu interesse em propor a um painel de especialistas sítios cuja importância contribuiu significativamente para a história e a cultura europeias. No total, e feitas as contas, foram analisadas 18 candidaturas.
O Promontório de Sagres foi o único projecto português a ser acolhido este ano. Sobre ele a Comissão Europeia refere:
A Ponta de Sagres apresenta uma paisagem rica do ponto de vista histórico e cultural situada no canto sudoeste da Península Ibérica. Nela se encontram vestígios arqueológicos significativos, estruturas urbanas e monumentos que atestam a sua localização estratégica e a sua importância ao longo dos séculos.
A Ponta de Sagres tornou-se o quartel-general do Infante Dom Henrique para o seu projeto de expansão marítima durante o séc. XV, um local da maior importância para o Período das Descobertas, período que marcou a expansão da cultura, das ciências, da exploração e do comércio europeus tanto para o Atlântico como para o Mediterrâneo, abrindo o caminho para a afirmação e projeção da civilização europeia, que veio a modular o mundo moderno.
De referir que, desde que foi criada, em 2013, a Marca do Património Europeu (European Heritage Label) já 20 locais ganharam a distinção de “Património Europeu”.
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