Num debate em que Setúbal e o seu porto foram protagonistas, esta semana, Lídia Sequeira, presidente da Administração do Porto de Setúbal e Sesimbra (APSS), além de esclarecer que está a ser feito um esforço de racionalização naquela infra-estrutura, designadamente no terminal ro-ro, apresentou alguns números sobre o porto e recordou os três vectores de desenvolvimento em que assenta a vocação do porto setubalense.
Segundo afirmou, tais vectores são a melhoria das acessibilidades marítimas ao porto, cuja primeira fase está em curso, representa um investimento de 25 milhões de euros e deve estar concluída em 2018, a melhoria dos acessos ferroviários, particularmente a electrificação do último troço, também em curso e em parceria com a Infra-estruturas de Portugal, e a modernização dos sistemas de informação portuários.
Tudo isto subordinado a uma visão de reafirmação da posição do porto nas cadeias logísticas e em que o desenvolvimento turístico contribuirá para dinamizar a economia regional e nacional, na qual funciona como agregador e facilitador de actividades económicas do modo marítimo beneficiando da proximidade a Lisboa. E num contexto em que, aproveitando o efeito das greves do porto de Lisboa de 2013, conseguiu captar e manter cativo o movimento de mercadoria que conquistou a Lisboa, ao contrário do porto de Leixões, que tendo embora beneficiado do mesmo efeito, tem vindo a perder esse ganho nos últimos meses, na opinião da presidente da APSS.
Na ocasião, a vereadora da Câmara Municipal de Setúbal, Carla Guerreiro, recordou as prioridades assumidas pelo grupo de trabalho formado pela autarquia e a APSS, entre as quais o projecto de acção territorial que promove inciativas comuns e complementares que contemplam duas áreas fundamentais: a ligação de Setúbal ao litoral alentejano, por um lado, e o aproveitamento da náutica de recreio e do turismo náutico. Neste contexto, o pólo turístico de Tróia e os transportes e acessibilidades, bem como a identificação de locais para instalação ou modernização de infra-estruturas de apoio à náutica de recreio e a identificação de locais para a prática de actividades marítimo-turísticas assumem especial importância.
No mesmo seminário, José Rodrigues, presidente da Lisnave, que concentrou a sua actividade em Setúbal a partir de 2000, considerou que os investimentos da APSS no acesso marítimo ao porto de Setúbal “vão trazer desenvolvimento”, com reflexo na notoriedade do porto, e que a empresa tem expectativas face aos caminhos estruturantes propostos no Plano Estratégico do porto. “Estamos preparados para crescer em conjunto com o porto e a cidade”, afirmou, manifestando ainda o desejo de que “o crescimento do porto privilegie a Lisnave”.
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