No primeiro trimestre deste ano, os portos comerciais do Continente movimentaram 21,9 milhões de toneladas de mercadoria, menos 10,9% do que no trimestre homólogo de 2017, segundo dados divulgados pela Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT). De acordo com a AMT, esta quebra resulta “da conjunção de uma variação positiva observada no porto de Aveiro, de +10,3%”, com “variações negativas em todos os outros portos, com particular destaque para Sines que perde -2,5 milhões de toneladas (-18,5%)” face ao 1º trimestre de 2017.
Por tipo de carga, a AMT assinala uma quebra em todos os tipos (-17,3% na Carga Geral, -1,4% nos Granéis Sólidos e -7.8% nos Granéis Líquidos). Na Carga Geral, importa sublinhar a variação negativa na carga contentorizada (-18,5%) no trimestre em análise, face ao trimestre homólogo de 2017. Nos Granéis Sólidos, a AMT revela variações negativas nos minérios (-29,7%) e carvão (-15,9%) e sublinha a variação positiva nos produtos agrícolas (+16,1%). Nos Granéis Líquidos, registaram-se quebras em todos os itens (petróleo bruto, produtos petrolóferos e outros).
Por porto, importa referir que o único em que se registou um aumento de movimento de carga no 1º trimeste face ao mesmo trimestre do ano anterior foi o de Aveiro (+10,3%), muito induzido pelos produtos agrícolas. Sines registou uma quebra de 18,5%, induzida pela quebra no movimento de carga contentorizada, produtos petrolíferos e carvão, mas mantém uma quota maioritária absoluta no movimento de carga nos portos nacionais (50,4%), que todavia é -4,7% do que detinha em igual período de 2017. Lisboa, que vinha crescendo depois da pacificação laboral, registou uma quebra de 0,8% “perante a intempérie registada em Março, que prejudicou todo o primeiro trimestre”, refere a AMT.
Quanto ao movimento de navios, incluindo os de mercadoria e passageiros (de cruzeiro), registou-se uma quebra de 4% em número de escalas e de 8,2% em volume de arqueação bruta, face ao período homólogo de 2017, refere a AMT.
“Este comportamento não é uniforme a nível dos vários, portos, resultando o número de escalas da conjunção de acréscimos observados em Viana do Castelo (+3,9%), Aveiro (+4%), Setúbal (+1%) e Portimão (+50%), com quebras observadas em Douro e Leixões (-5,9%), Figueira da Foz (-5,9%), Lisboa (-2,3%) e Sines (-11,5%), tendo Faro mantido o número de escalas”, acrescenta a AMT.
A mesma entidade nota ainda que “no tocante ao volume de arqueação bruta observa-se um comportamento semelhante ao do número de escalas, com excepção de Lisboa que aumentou +1% e Faro, que regista uma quebra de -25,3%” e que “por sua vez, será de destacar o porto de Aveiro que regista o volume mais elevado de sempre”.
- Os Portos e o Futuro
- Sines não vai salvar nem a Alemanha nem a Europa…
- MAR: O Sucesso do Registo Internacional da Madeira
- Empesas de Reboque Marítimo: o drama de um mercado desvirtuado
- Registo da Madeira expande-se na Europa
- A evolução dos mercados e do transporte do Gás Natural Liquefeito
- A reduzida Marinha Mercante Portuguesa e a falta de ambição Marítima
- A transformação do «Shipping» e da Logística