O Primeiro-Ministro israelita admite recorre a Marinha do seu país para travar a exportação de petróleo iraniano e fazer cumprir as sanções impostas a Teerão por Washington
DNV GL

O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, terá sugerido que a Marinha israelita pode vir a envolver-se no bloqueio das exportações iranianas de petróleo, refere o Maritime Executive. Netanyahu terá ainda apelado à comunidade internacional para travar as tentativas do Irão de contornar por mar e outros meios as sanções económicas que lhe estão impostas, refere a mesma publicação.

“O Irão está a tentar evitar as sanções através do contrabando encoberto de petróleo por via marítima”, pelo que à medida que estas tentativas crescem, “a Marinha terá um papel mais importante no esforço de bloquear estas iniciativas iranianas”, referiu Netanyahu, citado pela publicação.

A publicação refere que o Primeiro Ministro israelita não clarificou os seus planos, mas lembra que interferir com um navio mercante pode constituir violação de tratados internacionais. “Se tripulantes de um navio militar abordarem um navio mercante em águas internacionais sem a permissão do Estado de bandeira deste último, isso constituirá uma violação da Convenção sobre o Alto Mar (excepto se o navio abordado estiver envolvido em pirataria ou escravatura)”, refere a publicação. “Uma abordagem não autorizada no alto mar pode ser potencialmente interpretada como um acto de agressão, dado que o navio mercante é tecnicamente território do Estado de bandeira”, acrescenta a mesma publicação.

“Navios apátridas – sem bandeira válida ou com mais de uma bandeira – não têm direito a protecção formal contra abordagens ou inspecções; os Governos usam frequentemente esta excepção para interditarem traficantes de droga e de pessoas em pequenas embarcações, que também tem sido aplicada para controlar navios mercantes”, refere ainda a mesma publicação.

Entretanto, o Observador referia ontem que, no âmbito de uma reunião em Viena sobre o acordo nuclear de 2015, o vice-ministro da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, terá referido que o Irão pretende criar até 20 deste mês uma entidade que viabilize o comércio com a Europa, apesar das sanções dos Estados Unidos. Essa entidade seria a parceira iraniana da Instex, a entidade criada no seio da União Europeia (UE) para o mesmo efeito, contra a opinião de Washington.

A entidade iraniana terá sido mesmo sugerida pela UE, mas não será tecnicamente simples de instituir, pois deverá agir à margem do Banco central de Teerão, que permanece sujeito a sanções dos Estados Unidos, e respeitar as orientações internacionais contra o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, refere o Observador com base em fonte europeia citara pela agência AFP.

 



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