Dados preliminares da Frontex, a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira, indicam que em 2017 foram identificadas 204.300 situações de atravessamento ilegal das fronteiras externas da União Europa (UE) por migrantes económicos e refugiados rumo à Europa. É um número que representa uma diminuição de 60% face a 2016 e corresponde a uma descida pelo segundo ano consecutivo, muito devido à diminuição do número de indivíduos que chega à Grécia e a Itália via marítima.
No Mediterrâneo Central, notou-se que o número de chegadas a Itália em 2017, nomeadamente em Julho, desceu subitamente desde a implementação da declaração UE-Turquia, em Março de 2016. Os nigerianos (um em cada sete) representaram a maioria das chegadas por esta rota, seguidos por cidadãos de Guiné e Costa do Marfim.
No Mediterrâneo Oriental, fronteira externa da Europa com a Turquia, a pressão migratória em 2017 manteve-se aproximadamente ao nível dos anos anteriores. No entanto, o número de identificações na segunda metade do ano foi maior do que no mesmo período de 2016, o que reflectiu as tentativas contínuas de grupos de contrabando de contornar a vigilância das fronteiras, apesar do compromisso assumido pelas autoridades turcas em vigiar as suas fronteiras. Sírios e iraquianos continuaram a ser as duas principais nacionalidades a chegar à Grécia, por via da Turquia, em 2016.
Ao contrário das rotas anteriores, a do Mediterrâneo Ocidental, registou um aumento. Espanha assistiu a um aumento de chegadas por esta rota, para mais do dobro desde que a Frontex começou a recolher dados, em 2009. Diz a Frontex que o número de migrantes a tentar alcançar Espanha a partir do norte da África atingiu um novo recorde de 22.900. A situação na região do Rif, em Marrocos, o principal país de passagem de migrantes para Espanha, criou uma oportunidade para mais saídas da costa ocidental africana no segundo semestre. E esse facto veio acompanhado de um uso crescente de embarcações de alta capacidade, capazes de transportar grande número de migrantes. Quase 40% eram nacionais da Argélia e Marrocos e a maioria dos restantes veio da África Ocidental.
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