Está em curso a maior vaga de sempre de desmantelamento de porta-contentores, incluindo alguns dos navios mais antigos, tornados redundantes pela ampliação do Canal do Panamá, conclui a consultora Drewry, citada pelo World Maritime News. A tendência, porém, não terá grande impacto no actual excesso de capacidade de transporte marítimo, a não ser que os armadores contenham as encomendas de novos navios, refere a mesma fonte.
Em Junho, a Drewry estimava que em 2016, pela primeira vez, seriam desmanteladas 450 mil TEU em apenas um ano. Considerando que a capacidade média dos navios em vias de desmantelamento é de 3.000 TEU, isso significa que 150 navios, principalmente antigos e de média dimensão, serão retirados de circulação ou de uso frequente durante este ano, ou seja, metade dos níveis de 2015, refere o jornal.
Este surto de demolições começou no segundo semestre de 2015 e nos primeiros três meses deste ano 14 Panamax foram desmantelados, muitos dos quais detidos por armadores alemães, que sentiram o peso da queda do mercado dos alugueres, onde operava a maioria navios.
Em Junho a abertura do Canal do Panamá ampliado criou um excesso de oferta de antigos Panamax, com capacidades aproximadas de 4.500 TEU. A dimensão e o design destes navios, até há pouco motores da indústria dos porta-contentores, tornou-os redundantes a partir do momento em que os seus donos ou utilizadores optaram por os substituir por navios mais novos e eficientes de 8 mil TEU.
Mas os navios mais recentes também não escapam à tendência, como o DS Kingdom, de 15 anos e 6.479 TEU, e os MOL Precision e MOL Promise, ambos de 14 anos e de 6.350 TEU. Como os porta-contentores sofrem depreciação a partir dos 25 anos, desmantelá-los aos 15 anos representa retirar-lhes 40% de tempo de vida útil, calcula a Drewry.
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