O investimento em infra-estruturas, a promoção de actividades emergentes e de novos regimes e apoios e a renovação dos modelos de negócios das actividades tradicionais são as três áreas em que se colocam os grandes desafios para Portugal em matéria de economia do mar ao longo dos próximos 10 a 15 anos, face às valências e recursos do país e às perspectivas de evolução quantitativa e qualitativa da economia marítima, concluiu um estudo da Augusto Mateus & Associados para a consultora Ernst & Young.
No plano das infra-estruturas, o estudo, apresentado este mês, recomenda a execução da Estratégia para o Aumento da Competitividade da Rede de Portos Comerciais do Continente – Horizonte 2026 e um “investimento nas restantes infra-estruturas necessárias para a eficaz ligação ao hinterland e integração de Portugal na Rede Transeuropeia de Transportes”, como a ligação ferroviária Sines-Espanha.
Quanto à promoção de actividades relacionadas com a economia do mar, o estudo recomenda apoios à formação, ensino superior e à investigação e desenvolvimento, especialmente naquelas que são consideradas prioritárias pela Fundação para Ciência e Tecnologia (FCT). Recomenda também a criação de incentivos “que promovam a transferência e valorização de conhecimento, bem como o investimento, em novas actividades de elevado valor acrescentado”, o desenvolvimento de regimes e apoios financeiros favoráveis “à investigação e à exploração da ZEE nacional” e maior incidência estratégica nas energias renováveis oceânicas.
Finalmente, o estudo recomenda uma renovação dos modelos de negócio seguidos em Portugal na pesca e aquicultura, construção e reparação naval, transporte marítimo e no lazer e turismo associados ao mar, que são, afinal as quatro grandes áreas em que a análise da consultora se reparte.
Para cada uma destas áreas, o estudo sugere um conjunto de medidas, entre as quais a definição, segmentação e exploração de áreas de potencial aquícola em paralelo com a definição das áreas ambientalmente protegidas, a definição e implementação de um novo modelo de comercialização do pescado, a reconfiguração, consolidação e valorização da indústria transformadora de pescado, a modernização e especialização da rede portuária nacional, a adopção de uma lógica empresarial na gestão integrada dos portos, a “criação de condições para a modernização, reconversão e criação de estaleiros para novas actividades como serviços de manutenção para embarcações de recreio”, a “especialização e integração em rede dos estaleiros nacionais para um maior aproveitamento da capacidade instalada, apoio à especialização sectorial e repartição de encomendas” e a exploração do turismo náutico.
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