Segundo era ontem noticiado, Espanha aceitou acolher a embarcação Aquarius da ONG alemã «SOS Mediterrâneo» com mais de 600 migrantes à deriva no Mediterrâneo recusada pela Itália e por Malta no último fim-de-semana. De acordo com a Lusa e o Jornal Económico, o novo Primeiro-Ministro espanhol, Pedro Sánchez, terá dado instruções nesse sentido e o navio deveria ser recebido em Valência.
Recorde-se que no Domingo o novo Governo italiano, que prometeu uma política de imigração mais restritiva do que a seguida até aqui por Governos anteriores, não autorizou o desembarque do navio em Reggio Calabria, no sul do país, recusando responsabilidade e sugerindo a Malta que a recebesse. Malta transferiu a responsabilidade para Itália. A bordo estariam migrantes resgatados pela Guarda Costeira italiana em várias operações com unidades de Lampedusa, diversos navios mercantes e a «SOS Mediterrâneo» e posteriormente transferidos para o Aquarius.
Em visita aos Estados Unidos, Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa criticaram a atitude de Itália e Malta. António Costa referiu mesmo que a solidariedade europeia não se deve manifestar apenas no momento de receber fundos, mas também na partilha de responsabilidades como esta, e criticou os países que estarão a fechar fronteiras a casos como este.
Entretanto, era ontem também noticiado que outro navio, com quase 800 migrantes a bordo, estava no Mar Mediterrâneo em condições semelhantes. À hora em que escrevemos, sabia-se que os migrantes terão sido recolhidos por navios militares e mercantes e transferidos para o navio-patrulha italiano Diciotti, onde aguardariam a atribuição de um destino de desembarque.
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