Três empresas relacionadas com o mar vão pagar as propinas do 1º ano da Licenciatura em Ciências do Mar da Universidade de Aveiro aos três caloiros com melhores classificações de acesso ao curso
Universidade de Aveiro

As empresas Porto de Aveiro, Alga+ e Hidromod, todas nacionais e com actividade relacionada com o mar, vão pagar as propinas do 1º ano da Licenciatura em Ciências do Mar (LCM) da Universidade de Aveiro (UA) aos três caloiros com “as médias de acesso mais elevadas que ingressem em primeira escolha na LCM com uma média de entrada superior a 14 valores”, refere a UA.

Além de contribuir para suavizar o orçamento familiar das respectivas famílias, esta bolsa constitui um prémio de mérito que reconhece “a importância e a necessidade de formação em Portugal de quadros superiores na área do Mar”, e contribui para atrair estudantes de elevado potencial que possam suprir as necessidade regionais de formação nesta área, considera a UA. O acordo é válido para o próximo ano lectivo, renovável automaticamente se não for denunciado com 6 meses de antecedência, mas existe a ambição de o prosseguir ou mesmo de o ampliar a outras empresas.

Segundo apurámos junto da UA, o valor total anual da bolsa é de 3.190,41 euros, que resulta da multiplicação da propina individual anual (1.063,47 euros) por três alunos, e é paga em partes iguais por cada uma das empresas. Apurámos igualmente que o contacto partiu da UA, junto das três empresas citadas, que receberam bem a ideia. Todas as empresas já têm acordos com a UA e fizeram parte um painel de avaliação do curso da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), que avalia os cursos superiores a cada 5 anos.

A UA esclarece também que “as bolsas não são acumuláveis com outros prémios atribuídos pela UA, nomeadamente as Bolsas de Mérito Académico atribuídas a todos os estudantes que ingressem em qualquer curso com uma média de acesso igual ou superior a 17,5 valores e que escolham a UA como primeira opção no Concurso Geral de Acesso”.

Segundo João Miguel Dias, Director do Departamento de Física da UA, no qual se integra a LCM, esta licenciatura promove, no “3º ano do curso, a realização de um projecto, que pode ser realizado em colaboração com o sector empresarial, estrategicamente enquadrado para a definição de diferentes perfis das empresas com atividades na área da economia do mar”.

Neste contexto, refere a UA, “a inovação neste tipo de indústrias e empresas é favorecida com a actividade de diplomados de cursos das áreas científico/tecnológicas, como por exemplo a LCM, conforme reconhecido pela Administração do Porto de Aveiro, Alga+ e Hidromod – Modelação em Engenharia”, parceiros financiadores desta iniciativa conjunta.

João Miguel Dias recorda que “a estrutura curricular da Licenciatura em Ciências do Mar promove nos três anos do seu plano de estudos uma formação de base sólida em oceanografia e sobre o funcionamento de ecossistemas marinhos entendidos numa vertente multidisciplinar, assente numa formação de base em física, matemática, química e informática”.

A UA nota que “a formação contempla também competências nas áreas do direito e políticas do mar, do ordenamento do litoral, e na monitorização e análise de dados marinhos”, assegurando “aptidões específicas que conferem aos diplomados da LCM capacidades de análise, modelação e resolução de problemas tecnológicos complexos interdisciplinares, como consequência das competências teóricas e experimentais conferidas no domínio da oceanografia aplicada a diversas áreas da economia do mar”.

“A excelente formação proporcionada a estes diplomados encontra-se alicerçada na transferência para a intervenção pedagógica dos resultados da investigação científica efectuada na UA, e em particular no Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), laboratório associado de investigação com elevado reconhecimento nacional e internacional na investigação de processo marinhos”, refere João Miguel Dias.



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