Wang Yi, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Chinês, falou ontem com o Secretário de Estado da Defesa John Kerry para avisar Washington sobre eventuais movimentações que infrinjam o que Pequim considera como sob sua soberania no Mar do Sul da China.

Esperando-se uma decisão do Tribunal Arbitral de Haia no próximo dia 12 sobre a disputa entre a China e as Filipinas em relação às áreas sob jurisdição de cada uma no Mar do Sul da China, Wang Yi, Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo Chinês, telefonou ontem ao Secretário de Estado da Defesa Norte-Americano, John Kerry, para avisar Washington contra movimentações que infrinjam o que Pequim considera como áreas marítimas sob sua soberania no Mar do Sul da China.

Segundo o Jornal oficial de Pequim, Xinhua, citado pela Reuters, Wang Yi voltou também a reforçar a posição de rejeição de Pequim sobre as decisões do Tribunal Arbitral de Haia, considerando-as «uma farsa», à qual se deveria colocar, por conseguinte, definitivamente termo.

Segundo a mesma fonte, Wang Yi terá igualmente instado os Estados Unidos a honrarem o seu compromisso de não tomarem parte nas questões relacionadas com as disputas de soberania, a serem prudentes nas suas palavras e acções e de se absterem de quaisquer actos contra os interesses e soberania de Pequim.

No mesmo telefonema, Wang Yi terá ainda reforçado que, independentemente da decisão de Haia, Pequim salvaguardará firmemente a sua soberania territorial e legítimos direitos marítimos, bem como a paz e a estabilidade.

O Departamento de Estado Norte-Americano, confirmando o telefonema, não disponibilizou, porém, qualquer outra informação adicional.

Sabe-se também que, Terça-feira, foi divulgada a existência de um documento interno do Governo de Pequim onde é defendido que a China se deve preparar para uma eventual confrontação militar, se necessário, mesmo reconhecendo a sua inferioridade em relação às forças norte-americanas, tal como se sabe que Pequim sempre viu com muito maus olhos as movimentações da Marinha Norte-Americana no Mar do Sul da China em defesa da liberdade de navegação inofensiva nessas áreas que a China reclama como sob sua soberania.



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