Desde 21 e até 27 de Julho, um destroyer, uma fragata e um navio de abastecimento da China participam num exercício militar conjunto com forças navais russas no Mar Báltico, referem vários meios de comunicação internacionais. Os ministros da Defesa de ambos os países já terão confirmado o exercício, que é o primeiro realizado em conjunto pela China e a Rússia em águas europeias.
O exercício está baseado nas instalações navais russas de Kaliningrado, um enclave entre a Polónia e a Lituânia, ambos membros da NATO, e envolve também 10 navios militares russos, incluindo duas corvetas, em operações que incluirão guerra anti-submarina e defesa anti-aérea. Este número, porém, não é coincidente em todos os meios que mencionam o exercício.
De acordo com analistas citados por vários meios de comunicação, a escolha de Kaliningrado como base do exercício não é inocente e as operações estarão sob atenta observação da NATO.
Para a China, que envia um dos seus mais modernos navios, o destroyer de tipo 052D Hefei, equipado com mísseis teleguiados, é uma oportunidade de demonstrar capacidade de projecção de forças a longa distância do país e a determinação em ser considerada uma potência militar naval, designadamente pelos seus rivais norte-americanos.
Para a Rússia constitui uma oportunidade de marcar posição numa zona sensível, pela sua proximidade a vizinhos da NATO e face à situação na Ucrânia. Pode representar também uma mensagem da Rússia, e da própria China, sinalizando que mesmo sem qualquer aliança estratégica conhecida entre si, estes dois países conseguem realizar operações militares conjuntas, o que aliás já fazem desde 2012, segundo alguns analistas.
Segundo alguns meios de comunicação, a NATO acusa a Rússia de manobras provocatórias na região. Num artigo publicado no China’s People’s Daily, refere-se que o exercício serve para melhorar a capacidade de busca e salvamento e reforçar a parceria estratégica de coordenação entre os dois países. Uma fonte anónima do jornal refere ainda que depois da adesão dos países bálticos à NATO, a área de influência estratégica russa diminuiu e que este exercício não visa nenhum terceiro país.
O jornal chinês nota também que a NATO foi amigável para China quando os seus navios atravessaram o Mar do Norte, a avaliar por uma mensagem do seu Comando Naval. E segundo um observador não identificado, o uso do Mar do Norte pela China é razoável e legal, embora a NATO se possa sentir defensiva face a estas manobras conjuntas e deseje enfraquecer a cooperação sino-russa.
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