O Governo chinês terá proposto aplicar taxas de 25% sobre as exportações de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos para a China, contrariando as expectativas de vários analistas, que consideraram improvável a China aplicar taxas sobre o GNL importado devido à importância do produto e ao seu peso na relação comercial entre os dois países, refere o Maritime Executive.
Se a medida avançar, pode penalizar fortemente a indústria energética norte-americana, que está a investir muito em capacidade de liquefacção para responder à procura energética chinesa e que os Estados Unidos são um importante exportador de GNL para a China. Em 2017, forneceram 4% das necessidades de GNL de Pequim e foram o seu quinto maior fornecedor deste produto.
Por outro lado, a importância das exportações de GNL dos Estados Unidos para a China pode estar em vias de diminuir. Em 2019, quando o oleoduto «Poder da Sibéria», da empresa russa Gazprom, estiver concluído, terá capacidade para fornecer anualmente 60 biliões de metros cúbicos de gás dos seus campos, o que é mais do que toda a importação de GNL da China em 2017. E a publicação lembra que Moscovo e Pequim já negoceiam um segundo oleoduto, paralelo a este, com a mesma capacidade.
De acordo com a publicação, a China ultrapassou o Japão como principal importador mundial de gás natural. Mais de metade das suas importações provêm de transporte marítimo de GNL e em 2017 foram importados 38 mpta (million of tons per year), mais 10 mpta do que em 2010, sendo que metade desse aumento ocorreu nos últimos dois anos, na sequência de uma política de Pequim de preferir o gás ao carvão.
A publicação sublinha também que, de acordo com a Reuters, outro factor poderá aumentar o prejuízo do sector energético dos Estados Unidos, numa alusão à suspensão de importações de petróleo norte-americano pela empresa chinesa Unipec. E recorda que a China também já é o principal importador petrolífero mundial, além de ser o segundo maior comprador das exportações petrolíferas dos Estados Unidos.
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