A tecnologia Blockchain, que permite uma partilha de dados, poderia levar a um aumento da transparência no sector da pesca. Basta que as frotas estejam dispostas a tal procedimento
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A tecnologia Blockchain (que permite partilha de dados de frotas) pode ser a chave para um sector piscatório mais transparente. Esta foi uma conclusão apresentada no relatório da DNV GL e da Deloitte, que sugere que esta tecnologia, sendo um meio de rastreio e registo da cadeia de fornecimento, pode tranquilizar o público, a indústria e os consumidores sobre a sustentabilidade e a segurança alimentar, avançou o Safety4Sea.

“A Blockchain poderia oferecer uma maneira de melhorar a confiança na indústria e nos seus produtos. Como um banco de dados descentralizado baseado em princípios criptográficos bem estabelecidos que permitem o registo de transacções inalteráveis, pode servir para criar transparência e estabelecer confiança com fontes e práticas de pesca sustentáveis”, referem os autores.

Com esta tecnologia, através de um simples upload de informações, o consumidor poderia tomar conhecimento da composição do peixe, da localização, condição das águas, método de pesca, condições de armazenamento, entre outros dados importantes.

Mas os benefícios ultrapassam o consumidor. “A transparência da cadeia de fornecimento aumenta a eficácia das auditorias e da comunicação entre as diferentes partes da cadeia. As instituições financeiras e as companhias de seguros terão uma visão mais clara das operações e, portanto, poderão adaptar os seus produtos e as administrações públicas poderão melhorar a sua gestão e monitorização de licenças”, refere o documento.

O problema reside na relutância ainda existente, por parte das empresas, para partilhar informação. Já existe uma base de registos, mas os dados de rastreabilidade não foram priorizados. Segundo o relatório porque esta tecnologia ainda está pouco divulgada e não está suficientemente clarificada para as empresas.



2 comentários em “Blockchain: solução para uma pesca mais transparente e sustentável?”

  1. Vítor Santos diz:

    Devido à prática corrente de usurpação das espécies, quer queiramos quer não, tem de haver um travão às políticas existentes na União Europeia e dos Estados membros para tentar proteger o pouco que resta, porque as espécies que ainda existem não dão para todos e não vai haver máquina/computador qualquer que reponha as espécies/stocks dizimados.

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